Entrevistas
Arthur Virgílio
Gerson Camata
Júlio Campos
Roberto Romano - 1ª parte
Roberto Romano - 2ª parte
Eluise Dorileo Guedes
Eduardo Mahon
p&p recomenda
Textos recentes
Arquivo p&p
  
REAÇÕES INCOMUNS
por Plínio Zabeu
No final de França-Itália, dois jogadores protagonizaram uma cena desagradável. Um xingou, outro reagiu com agressão física. Expulsão do lado que tinha tudo para vencer. Vitória de quem ofendeu e por isso foi agredido. Com Zidane expulso ficaria mais fácil vencer a França na cobrança de pênaltis.
Por quê o melhor jogador da copa fez uma cena como esta?
Levemos em conta que paciência e até educação tem seus limites. Principalmente quando a reação é a uma ofensa moral.
Zidane é descendente de franceses que ocupavam a Argélia (colônia francesa) e que, na libertação, não tiveram seus direitos considerados. Voltaram à França como estranhos. Quem estava nessa condição era e é ainda chamado de “pied noir” (pé preto). Uma ofensa dolorosa que até hoje repudiam. O italiano soube aproveitar da situação para elimina-lo da disputa facilitando a vitória. Xingar a mãe e a irmã foi ofensa grave, mas lembra-lo da condição discriminatória foi insuportável. E deu no que deu.
Realmente, quando a paciência se esgota e o medo se faz presente, todos podemos ter reações por vezes até exageradas.
Vejamos nossa condição atual de responsabilidade eleitoral. A cada dia que passa vemos negociações vergonhosas entre a presidência e partidos vezeiros em aproveitamento. Lula chamou tais ministérios negociáveis de seara com “porteira fechada”. Ou seja, pouco importa quanto será desviado, quantas falcatruas possam ser cometidas. Desde que o pagamento foi feito, com o apoio eleitoral, o resto pouco significa como foi amplamente provado com as CPIs. .
Um partido que se preparou por mais de 20 anos prometendo mudar o que fosse de imoral, mas que soube muitíssimo bem se aproveitar da herança nada “maldita” e sim bastante útil. Nada mudou no setor de economia maior. Isso lhe deu respaldo financeiro para comprar milhões de votos (já pagos com programas demagógicos, também copiados de governos anteriores) e com isso garantir a reeleição, custe o que custar.
Conforme pesquisas, a não ser que algum “zidane” perca a cabeça batendo-a no peito adversário, o resultado está realmente definido.
Sabemos de antemão quem irá realmente governar, dependendo das negociações ministeriais. Estoque tem bastante. O governo atual soube e saberá criar tantos ministérios quanto forem precisos para albergar “compradores” de áreas fechadas fazer o que bem entenderem. O importante, mais que tudo – conforme amplamente provado – é a perpetuação no poder.
Acontecerá uma salvadora cabeçada?



Editado por Giulio Sanmartini   às   7/14/2006 02:52:00 AM      |