Entrevistas
Arthur Virgílio
Gerson Camata
Júlio Campos
Roberto Romano - 1ª parte
Roberto Romano - 2ª parte
Eluise Dorileo Guedes
Eduardo Mahon
p&p recomenda
Textos recentes
Arquivo p&p
  
E O QUE VEM DEPOIS ?
Por Fabio Grecchi na Tribuna da Imprensa
O medo do senador Cristóvam Buarque, candidato do PDT à presidência, é plenamente justificável. A crise política não se esgota nesta semana que entra, antes do primeiro turno das eleições. Ainda se arrasta até o final do governo Lula e, possivelmente, desgasta o segundo mandato a partir do primeiro dia.
Claro que as palavras de Cristóvam têm uma carga de oportunismo político. Se pulverizarem os votos que vão hoje para Lula neste pouco tempo que resta, pode ser que haja um segundo turno. Mas a questão é que o presidente não tem uma agenda positiva suficientemente forte, a ponto de tornar a crise política fato de importância limitada.
O governo está parado desde a eclosão do mensalão. Vem se arrastando e vivendo um dia atrás do outro, tentando evitar surpresas com a crise. Lula percoreu o Brasil inaugurando projetos que vinham do governo Fernando Henrique ou levaram três, quatro anos, para se concretizar em sua gestão.
A única coisa que o presidente tem agora a propor é uma espécie de união nacional. Passada a eleição, acredita que ainda é possível dar uma freada de arrumação contando com o apoio da oposição. Difícil, pois a crise política polarizou demais a situação. Não será por mero pedido de Lula que PSDB e PFL vão atender ao clamor e dar a impressão à opinião pública de que defenderam a lisura e a moralidade de olho nas urnas. Seria jogar um patrimônio fora.
Sendo assim, Lula não tem nada. Nada de impacto está sendo gestado para depois das eleições. Situação que tende a se agravar se o País crescer aqueles 2,3% vaticinados pelo Ipea. O presidente hoje não conta com nenhum projeto, a não ser se esquivar dos petardos que lhe chegam cada vez mais perto. Mas são tantos que um acaba por atingi-lo.
Entra aí o temor de Cristóvam, noves fora a esperteza eleitoral. E se descobrirem, com provas concretas e irrefutáveis, que por trás de tudo isso Lula sabia e deixou o barco correr? Uma resposta que nem a mais das atrevidas pitonisas se arrisca a dar.


Editado por Giulio Sanmartini   às   9/23/2006 07:04:00 AM      |