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UM PRESIDENTE CERCADO DE ESCÂNDALOS
Por Miriam Leitão em O Globo
O que se viu na entrevista do Bom Dia Brasil foi um presidente cercado de dúvidas inexplicáveis e de escândalos. Dos vinte minutos da entrevista, 13 minutos foram dedicados aos escândalos, e ele deu respostas insuficientes. O resto foi sobre alguns dos problemas do seu governo. No final da entrevista, o presidente Lula reclamou por não ter tido tempo para falar de programa de governo. Como seria possível a qualquer jornalista ignorar o volume impressionante de escândalos e perguntar sobre o programa de governo? O presente é forte demais, é confuso demais para se olhar para o futuro, sem saber como os problemas atuais podem ser esclarecidos e superados.
As respostas do presidente Lula se repetem com uma monotonia impressionante. Sua linha de defesa é: não sabia, não tinha interesse porque está na frente das pesquisas, afastou e mandou investigar.
Nada disso convence, evidentemente, porque é pouco diante da perigosa aproximação dos escândalos. Desta vez, foi o presidente do partido e coordenador da campanha, o assessor que é de copa e cozinha, o outro que era o churrasqueiro, o diretor do Banco do Brasil, chefes de setor dentro do comitê de campanha. Não há um único não petista envolvido nesse escândalo. Claramente foi feito por quem estava com a mão no dinheiro e no dossiê. Não há outros suspeitos. Lula não tem como responder, a não ser fazer frases improváveis ou escalar no adjetivo. Renato Machado, ao fazer a primeira pergunta, lembrou que ele já tinha dito que era “abominável”, mas que tinha acontecido com pessoas ligadas a ele, e tudo o que Lula pôde dizer foi aumentar o grau do adjetivo: “É muito abominável”. Ele já está ficando sem palavras.


Editado por Giulio Sanmartini   às   9/23/2006 04:39:00 AM      |