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BB VIRA COADJUVANTE ASSÍDUO DE ESCÂNDALOS
Por Lígia Formenti em O Estado de São Paulo
O Banco do Brasil se transformou nos últimos três anos num dos coadjuvantes mais assíduos dos escândalos políticos do País. A estréia ocorreu em meados de 2004, quando foi descoberto que o banco havia gastado R$ 70 mil na compra de 70 mesas para um show da dupla Zezé Di Camargo e Luciano. Uma atitude talvez prosaica, não fosse o fato de que a apresentação, numa churrascaria de Brasília, havia sido organizada para arrecadar recursos para a construção da sede do PT em São Paulo.
Desde então, a presença do Banco do Brasil em episódios que intercalam denúncias, desmentidos, afastamentos e demissões foi constante. O último exemplo ocorreu anteontem, com o pedido de afastamento do diretor do BB Expedido Afonso Veloso, depois que veio à tona a sua participação no episódio da venda do dossiê Vedoin.
Sobre o show na churrascaria, o então diretor de Marketing do BB, Henrique Pizzolato, disse que se tratava de um incentivo à participação nos planos de metas dos funcionários. A versão não vingou, mas não houve resultados imediatos.
Na época, os reflexos das denúncias não eram tão imediatos. Argumentos eram defendidos com veemência. Tanto é que a crise dos ingressos não provocou demissão imediata do presidente do banco, Cássio Casseb, e de Pizzolato. Ambos resistiram, ainda que por pouco tempo. Casseb pediu demissão em novembro. Pizzolato permaneceu no cargo até julho do ano seguinte, quando pediu aposentadoria.
A sobrevida foi curta, mas suficiente para que Pizzolato e o Banco do Brasil fossem ligados a outro escândalo: o de participar de um esquema, montado em 2003, para beneficiar a DNA - empresa de Marcos Valério, um dos principais personagens do escândalo do mensalão.
Pizzolato teria criado o pagamento antecipado da publicidade. Tal artifício traria maior facilidade para injetar recursos no valerioduto. A antecipação serviu para pagar antecipadamente uma campanha feita pela agência de Valério para a Visanet - que tem 31% de participação acionária do BB.
Com a permissão de adiantamento, a Visanet transferiu para a DNA R$ 58,8 milhões. Os indícios eram de que pelo menos R$ 10 milhões teria sido desviados para os cofres do PT.
Na CPI dos Correios foi reconstituída uma outra ligação entre o BB e a DNA de Marcos Valério. Desta vez, com a ajuda do ex-presidente do Banco Popular do Brasil Ivan Fernandes. No depoimento, ele disse que todos os contratos de publicidade da instituição eram fechados pela Diretoria de Marketing do Banco do Brasil, onde na época trabalhava Pizzolato.


Editado por Giulio Sanmartini   às   9/23/2006 07:10:00 AM      |