Por Giulio Sanmartini Alguns dizem que é de Roberto Campos outros de Delfin Neto, talvez seja de um desconhecido e usada por um dos dois, trata-se da sábia frase: “Estatística é como biquíni, mostra muito, menos o essencial”. Fato é que cabe como uma luva nas atuais pesquisas de opinião para presidência da República. O tempo em que foram feitas as primeiras dando uma grande vantagem ao atual presidente, foi no mínimo extemporâneo e enganoso, pois só ele estava em campanha. Seu adversário Geraldo Alckmin, fora de São Paulo era pouco conhecido, da mesma forma que era seu trabalho frente ao mais populoso estado da Federação, São Paulo, que com 40 milhões de habitantes (estimados em 2005), o que corresponde, tirando-se México e Estados Unidos, à maior população das Américas. Alckmin, foi vice de Mario Covas, mas assumiu com a doença e morte deste, sendo reeleito em 2002. Covas e Alckmin tem no curriculum a recuperação do estado, que de forma criminosa tinha sido levado à falência, pelos governadores anteriores Orestes Quércia (1987/91) e seu sucessor, Luiz Antônio Fleury Filho. Quércia jactou-se de ter “quebrado o Banco do Estado de São Paulo, mas ter eleito seu sucessor”. Veio de origem humilde e desde 1963, quando se elegeu vereador, nada mais fez que política, contudo não quer e não pode explicar como tem hoje um patrimônio de 100 milhões de reais e descaradamente, é candidato ao governo do estado que quebrou Lula e seus assessores calçaram o salto alto pensando já estar eleito tranqüilamente no primeiro turno, independentemente de todo o imundo rastro de corrupção que veio deixando durante seu governo. Os últimos números não são mais tão confortáveis, em menos de um mês sua preferência passou de 49% para 44%, a de Alckmin de 19% para 27% e de Heloísa Helena de 6% para 8 %. Mas se tirarmos a parte de cima do biquíni, veremos alguma coisa que desconheço por que não esteja sendo levada em conta: 38% dos eleitores ainda não sabem em quem votar, dessa forma, num número de 165 milhões de votantes, Lula teria somente 27%, Alckmin 17% e Heloísa Helena 5%. O considerado “fenômeno” Heloísa Helena, não pode ser pensado como permanente, apesar de seu aspecto particular, calças jeans, camiseta de meia e sem maquiagem, suas idéias são totalmente anacrônicas, quando não inexeqüíveis . Seu crescimento e o de Alckmin deve-se ainda a vontade de votar contra Lula, pela corrupção e pelo desgoverno que apresentou nesses quatro anos. Eles só vão começar a andar com suas pernas quando começar o horário gratuito na televisão, menos para Lula que faz campanha desde sua posse em 1° de janeiro de 2003. Heloísa Helena deve ser vista com muita seriedade pelo Partido dos Trabalhadores (PT), pois os votos que receberá em sua quase totalidade, sairão do PT. Há uma fato análogo acontecido nas eleições presidências de 1955. O marechal Juarez Távora, no pau a pau venceria de Juscelino Kubitschek (na época exista somente um turno), mas apareceu Plínio Salgado, fundador do movimento integralista. Os seus eleitores de carteirinha, jamais votariam em Juscelino e todos sabiam que Salgado não tinha condições de vencer. No final Juscelino teve 3 milhões de votos, Juarez 2.600 mil e Plínio 714 mil, dando por essa insistência a vitória ao primeiro que era seu inimigo político. Mas tudo isso são conjecturas e acredito que também os magos da pesquisa de opinião estejam na mesma situação, isto é, a de cartomante que faz previsões a cada fim de ano. A verdade só será conhecida quando o biquíni for tirado por completo.
Editado por Giulio Sanmartini às 7/27/2006 01:53:00 PM |
|