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OS COME-DORME
Por Ralph J. Hofmann
“Não vim ao mundo a serviço, vim a passeio.”

O amigo Jayme Copstein discutindo com um colega jornalista o ridículo de um médico não poder escrever um artigo sobre medicina caso não tivesse sido vetada a Lei Amarildo teve deste a resposta: “Muito simples. O médico ditaria o artigo a um jornalista.”
O sujeito não quer trabalho, quer emprego.
Nos Estados Unidos isto se chama "featherbedding" ?
É quando por acordo sindical uma organização precisa colocar mais pessoas a executar um trabalho do que efetivamente é necessário/ Por exemplo, para carregar navios em Rio Grande nos anos sessenta, depois que o "superporto" da época ficou pronto, com equipamento modernos que poupavam mão de obra e tempo precisava-se pagar o mesmo terno de estivadores que se pegaria para carregar um navio com soja antes de surgir o equipamento instalado naquele porto.
Na aviação as companhias aéreas tinham de manter um terceiro piloto e um engenheiro. O trabalho do terceiro piloto sumiu com o tempo, mas foi defendido com unhas e dentes.
O nome vem do guarda-freios ferroviário das primeiras composições. No último vagão, o do guarda-freios, ia um homem que quando recebia um sinal do maquinista puxava um freio no último vagão e este puxava para trás a composição para evitar que os vagões acavalassem uns sobre os outros quando o maquinista freiava a locomotiva. Com o progresso isso passou a ser feito pneumaticamente pelo próprio maquinista.
Mas até que as ferrovias americanas quase quebrassem nos anos 60 não se conseguiu eliminar o cargo. Como o guarda-freios nada tinha para fazer na viagem levava um colchão de penas (feather bed) e dormia a viagem toda.
Vejamos, estou contando uma história usando um notebook. Já eliminei até a secretária a quem costumava ditar cartas e memorandos ou passar rascunhos no começo de minha carreira em empresas. Monto projetos em com Excel sem a ajuda de um perito em informática.
Mas um gurú da medicina ou desporto vai ter de ditar o que tem a dizer a um jornalista?


Editado por Adriana   às   7/26/2006 11:39:00 PM      |