Por Laurence Bittencourt

Imagine que Lula para se ver livre de uma situação danosa à própria imagem, terminou assumindo a carapuça ao dizer que o PT era igual aos outros. Jesus! Conheço muita gente que busca fazer o mesmo com o objetivo de continuar vivo. Capaz de Lula ser reeleito. E só num país com uma mentalidade ainda totalmente escravocrata para a mentira ser cultuada e render votos. E por que escravocrata? As pessoas ainda tem medo do açoite. E não precisa ser um açoite corporal, pode ser até o intelectual. Embora eu não ache que o principal da política seja a verdade ou mentira, e sim perceber as imagens transfiguradas. A figura do bom ladrão ilustra bem o que quero dizer, para focar a imagem distorcida do nosso mandatário maior.
Afinal, a nossa herança hereditária é a da Contra-Reforma católica e apostólica. Que digam os cientistas e os sábios. Vocês já viram um cruzamento de dois negros sair um branco? A não ser que o filho (ou filha) seja ilegitimo. Mas ai é outra história. Ou se me permitem um exemplo chulo, não conheço cruzamento de um jumento com uma égua que não tenha produzido um burro. Afinal, os “filhos” sempre puxam aos pais. Em alguns casos, o lado fraco. O filho de Einstein, por exemplo, morreu louco. Já quando falta a hereditariedade, o que aparece é o complexo de vira-lata, como disse Nelson Rodrigues. A auto propaganda como o apelo à mentira além de ser desvio de caráter pode revelar um desejo de reconhecimento e vaidade infantil, muito comum nos rufiões. Marodona por exemplo, vive fazendo auto propaganda para se dizer gênio e o melhor jogador do mundo. Penso eu, que quem precisa dizer é porque não é. Já Pelé nunca vi ele dizendo isso. É fácil peceber que ele se sente assim.
Mas cabe uma pergunta: o fato de alguém reconhecer-se mentiroso o torna menos culposo? Goebbels, que foi ministro da propaganda nazista a partir de 13 de março de 1933, e era católico, disse que uma mentira repetida várias vezes pode se tornar uma verdade. Mas Goebbels nunca foi dúbio, ao contrário dos pacifistas que não tem nem paz interior. Talvez por não ter paz interior, se sintam pacifistas.
Goebbels quando queria dizer suas mentiras, ia para o rádio e falava citando nomes, ao contrário de ilustres desconhecidos que se escondem nas entrelinhas (olha o senso de escravidão). E Goebbels não era um homem indefinido, como o nosso presidente.
Basta dizer que Lula pode ser reeleito fingindo. Claro, todo cínico é um cênico. Se Lula não tivesse uma personalidade dúbia e fraca, nem fosse um fingidor, ele teria assumido as responsabilidades pelas irregularidades do seu governo, e colocaria o Brasil para frente. Mas preferiu dizer que foi traído, quando na verdade ele foi traidor. Isso porque em política e futebol a desonra é perder. Jesus. Esse tipo de raciocinio é uma demonstração clara da inversão dos valores de nossa sociedade. E por falar em mentira e propaganda enganosa, eu que sempre fui contra a presença do Estado no setor produtivo, acompanhando agora a propaganda do governo do estado do Rio Grande do Norte, fiquei sabendo, como também impressionado com a eficiência das nossas empresas estatais. Não sabia que o Estado produzia melão. Vi na televisão a eficiência das nossas produções e produtividades. Gostei imensamente das mangas, dos campos de milho, de tomates, de verduras. Realmente é de admirar a capacidade das empresas estatais produzirem tanta coisa importante no Brasil, principalmente de produtos agrícolas. Mas a propaganda não ficou só nisso. Vi também hoteis, bares, restaurantes, em tudo isso a mão o Estado “faz e mostra que faz” com um maestria tão perfeita que se os russos soubessem disso talvez o muro de Berlim ainda estivesse de pé, tirando a “beleza” da copa do mundo.
No entanto tive uma decepção tremenda com a iniciativa privada, quando por ironia do destino fui obrigado a acompanhar um amigo ao hospital público Walfredo Gurgel, e ver a desorganização e o desinteresse dos seus “proprietários” em melhorar que fosse, já que não resolvem o problema, como prometido. Pior ainda foi ver as escolas públicas. Por coincidência ao ter que visitar uma delas, estava havendo uma greve por aumento salarial, o que não me impediu de enxergar que os banheiros não tinham água, e o prédio estava em pessímas condições. Realmente a iniciativa privada não tem jeito!
A conclusão foi única vendo aquela maravilha de propaganda do governo do meu estado. As estatais do nosso estado são geridas com tanta eficiência que a governadora (a grande “empreendora”), está “distribuindo” 100 milhões de reais de dividendos com seus maiores acionistas que são os prefeitos. Parabéns pela excelente gestão! É uma coisa espantosa.

Laurence Bittencourt Leite, jornalista