Na tentativa de fazer uma leitura do cenário político pré-campanha eleitoral meu pensamento insistia em um episódio do meu passado. Mas que coisa mais esquisita, sô! Eu não queria ficar recordando o passado. Afinal de contas quem é que me comanda? Estaria ficando louca? Sou eu quem decide em que pensar ou é meu pensamento que decide isso? Socoooorro!
Mas vamos lá, sou forte e brasileira, e não desisto nunca!, agora eu venço meu pensamento. Vou me concentrar! PPS, PFL, PMDB, PT, PTB, PL, PCdoB, P..... não adianta ..., já estou eu pensando looooonge de novo.
Ok, pensamento, você venceu! Eu me rendo. Apesar de tentar escrever algo mais sério e profundo, não sei ao certo o que toda hora me leva a lembrar daquela temporada que passei no Rio. Que coisa a cabeça da gente, não é? Mas tenho que admitir, foi um período muito gostoso.
As crianças ainda eram pequenas e a rotina era praia bem cedinho, apartamento, pracinha, apartamento, fim de tarde passeio no calçadão, e nos finais de semana...ah os finais de semana...que delícia! Eram reservados para o teatro ou shows, ou os dois.
Mas foi justamente uma das peças de teatro que fomos com as crianças que agora não me sai do pensamento. Era a antiga história da Dona Baratinha. A história de uma linda Baratinha que tinha um tesouro guardado na caixinha. Contava a história que Dona Baratinha precisava se casar, mas não sabia com quem, e ficava na sua janela cantando:
"Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?"
Mas ela nunca conseguia se decidir. Exigente como ela só, ou arrumava defeitos nos pretendentes ou tinha medo de escolher um, se casar, e logo depois passar um pretendente melhor e ela não poder pegar. As amigas (mas nem tão amigas) viviam a lhe dizer que ela estava certa, tinha que escolher sim. As mais amigas também lhe davam conselhos: Baratinha, Baratinha, quem muito escolhe cai na escolha. Claro que ela preferia escutar o que as outras falavam, afinal era uma linda Baratinha, especial com seus olhinhos azuis, e tinha um tesouro na caixinha.
Passou o Senhor Boi muito bem vestido e Dona Baratinha perguntou qual o barulho ele fazia quando dormia. Quando ele fez MUUUUUUUU, ela se assustou e o colocou pra correr. Voltou para a janela e se colocou a cantar: "Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?”. Os pretendentes não paravam de aparecer, cada um com uma promessa e uma proposta melhor que a outra:
- Dona Baratinha, embora eu não esteja afoito para casar, sou um homem que sempre honrou com suas missões. Aceito me casar com a senhora, se este for o seu desejo.
- Somos amigos há quatro anos. A nível de(sic) lealdade já provei minha, a nível de(sic) amizade e discrição também, porque não ser eu o seu marido?
- Eu fico feliz em ter o meu nome cogitado para ser o seu marido.
- Dona Baratinha, temos pontos convergentes. Vamos nos entender muito bem.
- Senhora Baratinha, a senhora é menas(sic) ruim de todas as baratas que já conheci, por isso estou muito apaixonado pela senhora.
As propostas choviam e ela começou a ficar doidinha. Um dos pretendentes, que se dizia despretensioso, gritou: Parem!, vocês não perceberam que a escolha do marido é uma prerrogativa de liberdade dela?
Na verdade, Dona Baratinha queria se casar com todos, pois todos possuíam qualidades que lhe encantavam, mas ela nunca achava o perfeito. O problema não era nem os defeitos, mas a Dona Baratinha, que apesar de lindinha com seus olhinhos azuis e de ter um tesouro na caixinha, tinha um coração gordo pra danar. Seu maior medo era escolher um e depois passar outro com melhores qualidades.
Pobre Dona Baratinha!
Puxa, devo estar ficando louca mesmo! Viajei em meus pensamentos, porque pensei em escrever esse artigo sobre esse confuso quadro político que passa o nosso estado, e só me veio à cabeça a história da Dona Baratinha que levava a vida a cantar:"Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?”