Na Tribuna da Imprensa
Prestes a reassumir comando do pt, berzoini diz que conversa com lula foi positiva BRASÍLIA - Apontado por próprios colegas de partido como o chefe dos "aloprados", denominação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao grupo de petistas que tentou comprar um dossiê contra tucanos às vésperas do primeiro turno eleitoral, o deputado Ricardo Berzoini (SP), se encontrou ontem com Lula. Disposto a reassumir a presidência do PT, cargo que deixou em setembro para não prejudicar a reeleição de Lula, Berzoini disse que a conversa com o presidente foi sobre o futuro do País. "Estive com o presidente Lula. Foi uma conversa positiva. O presidente entende que o PT continua sua jornada. Discutimos o futuro do Brasil e do governo. Senti que o presidente tem confiança de construir um governo com base ampla e com participação popular e democrática", afirmou Berzoini, que fez questão de informar à bancada que voltou a se encontrar com o presidente.
Depois das eleições, petistas defendem uma mudança na cúpula partidária e há muita resistência na bancada e no próprio PT em aceitar a volta de Berzoini, cujo mandato vai até 2008, ao comando do partido. A primeira reunião formal da bancada do PT atual e a que foi eleita em outubro, ontem, marcou o encontro de deputados que tiveram seus nomes envolvidos em escândalos antigos e outros mais recentes, como Berzoini. Do grupo dos acusados no escândalo do mensalão estavam os deputados Paulo Rocha (PA), que renunciou ao mandato para fugir do processo de cassação e foi reeleito, João Paulo Cunha (SP), José Mentor e Professor Luizinho (SP), que ao contrário dos outros não se reelegeu. O deputado eleito José Nobre Guimarães (PT-CE), cujo assessor foi preso transportando dólares na cueca, estava presente. O irmão de Guimarães, no entanto, deputado eleito José Genoino (PT-SP), que presidia o PT quando estourou o escândalo do mensalão, não compareceu. Também se ausentou o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP), que já chegou a ter prisão preventiva pedida pelo Ministério Público de São Paulo acusado por supostamente ter favorecido empresa de lixo quando era prefeito de Ribeirão Preto (2001-2002). Envolvido em escândalo mais antigo, estava presente o deputado eleito Geraldo Magela (PT-DF). Em 2004, o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz afirmou ter repassado R$ 100 mil à campanha de Magela em 2002, quando o petista disputou o governo do Distrito Federal. O dinheiro seria supostamente do empresário de jogos Carlinhos Cachoeira. Magela sempre negou que sua campanha tivesse recebido dinheiro de Diniz.
Editado por Giulio Sanmartini às 11/10/2006 05:45:00 AM |
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