Por Giulio Sanmartini O Brasil é um país onde as lendas assumem a posição de verdades absolutas e incontestáveis. A coisa vem de longe, em 1831, todos sabem que Pedro I abdicou em favor de seu filho que depois foi Pedro II, mas pouco se diz que foi obrigado pelos militares a deixar o trono. A república que comemoramos como feriado nacional (15 de novembro), nada mais foi que uma quartelada de sargentões boçais e casca grossa (vide Floriano Peixoto). A chamada e exaltada Revolução de 30, por sua vez foi um golpe de estado que derrubou um presidente constitucional e impediu outro legalmente eleito de tomar posse. Getúlio, foi tão simplesmente um ditador, comandando o país como se fosse sua propriedade, onde imperou a censura, as prisões políticas, as torturas e até assassinatos. Juscelino que passou à história como um verdadeiro liberal, usava sem pejo a censura para calar os que o atacavam, haja vista o que aconteceu com Juca Chaves e Millôr Fernandes.
As lendas seriam intermináveis, mas tem uma que vem se arrastando há mais de uma década, a do impeachment de Fernando Collor de Mello, como se pode ler na matéria abaixo da agência Reuters. COLLOR VISITA O SENADO, 14 ANOS APÓS IMPEACHMENT BRASÍLIA - Passados 14 anos de seu impeachment, o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello visitou nesta sexta-feira o Senado como senador eleitor pelo PRTB de Alagoas. Acompanhado de sua nova mulher, Caroline Medeiros, de 29 anos, Collor, de 57 anos, foi cercado por jornalistas, mas evitou responder perguntas. Ele conversou com o diretor-geral da Casa, Agaciel Maia. Vale dizer que o presidente Collor jamais sofreu o impeachment, o que aconteceu na realidade foi o seguinte: no dia 29 de setembro de 1992, a Câmara por 441 votos contra 38 autorizou o Senado a abrir processo contra Collor por crime de responsabilidade, determinando dessa forma, que fosse afastado do cargo. No dia 29 de dezembro, ele renuncia à Presidência depois do Senado ter instalado a sessão para julgá-lo. Portanto nada de impeachment. Não estou do lado de Collor, só defendo uma verdade histórica, a meu ver, num país medianamente sério, ele estaria na cadeia, apesar que seus crimes comparados com o de Luiz Inácio Lula da Silva, parecem brincadeira de coroinha em paróquia do interior.
Editado por Giulio Sanmartini às 10/15/2006 04:30:00 AM |
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