- É claro que quero. Não só eu, mas todo mundo - respondeu Jereissati, invocando a solidariedade de um segundo casal presente ao jantar.
Ricardo Teixeira então fuzilou Tasso no melhor estilo Lula e contou um segredo que até hoje a nação só suspeitava:
- Pois bem. Aconteceu comigo, com a Seleção, o que aconteceu com vocês, tucanos. Havia muita individualidade. O Ronaldo estava brigado com Ronaldinho, as duas estrelas não se falavam e tinha mais gente brigando e pensando apenas em si. É exatamente como aconteceu com vocês na escolha do Alckmin. Tem muita briga, tem ciúme e ninguém se entende. Eu já perdi e não há nada pior do que isso, agora é a vez de vocês perderem.
- Quer saber de uma coisa? Vamos mudar de assunto! - exortou Tasso Jereissati, refletindo, taciturno, sobre a incômoda parábola de Teixeira.
Ricardo Teixeira, experiente cartola brasileiro, confidenciou o diálogo em uma restrita roda de senadores esta semana, reforçando seu comentário sobre o atual cenário de orfandade da candidatura Alckmin. O candidato tucano está sendo
cristianizado pelos candidatos de sua aliança em alguns Estados e, em outros, como na terra de Tasso, o candidato tucano, Lúcio Alcântara, levantou a bola para Lula. Nos dois maiores colégios do país (São Paulo e Minas Gerais) os maiores expoentes da plumagem real não parecem incomodados com um eventual fracasso de Alckmin. Teixeira repete isso hoje, mas alertou Tasso lá atrás. Tasso preferiu baixar a bola da conversa. A única impropriedade da comparação é que Alckmin, uma espécie de candidato reserva, nunca foi favorito na bolsa de apostas como era a Seleção.
Fonte: Weiller Diniz - Jornalista
Jornal do Brasil