Por Fausto Macedo em O Estado de São Paulo Para ela, foi político o assassinato do prefeito, que completa 5 anos amanhã Tantos foram os revezes sofridos nas repartições oficiais, no seu partido e até no gabinete do presidente Lula desde que Toninho do PT, seu marido, foi emboscado e fuzilado, que essa mulher está convencida de que no Brasil o crime organizado é vitorioso. "Não existe democracia porque quem fere os interesses do crime organizado acaba eliminado sem defesa", diz Roseana Moraes Garcia, professora e psicanalista, viúva de Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT. "A luta neste país não é democrática, é na bala." Roseana organizou ato público marcado para amanhã, na Avenida Mackenzie, em Campinas, onde Toninho foi morto, pelos cinco anos do assassinato do companheiro, que era prefeito da cidade. A 10 de setembro de 2001, às 22h10, um Vectra se aproximou em alta velocidade do Palio de Toninho e pela janela alguém o baleou. Ele morreu ali mesmo, aos 49 anos. É um mistério sem fim para Roseana e os amigos da família. Foram muitas cartas de Roseana a ministros, secretários de Estado, políticos e até a Lula. Respostas, nenhuma. Desiludiu-se inclusive de quem esperava solidariedade. "O Lula me recebeu, mas só depois de muita insistência e não fez nada. Cinco minutos de audiência. Levei a ele um abaixo-assinado com 53 mil nomes pedindo uma investigação decente. Lula disse que ia ajudar. Não ajudou." "Antonio foi vítima de um crime de encomenda", suspeita a mulher. Ele havia denunciado fraudes em licitações envolvendo Jacó Bittar, seu antecessor, que era do PT.
Editado por Giulio Sanmartini às 9/09/2006 04:55:00 AM |
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