Por André Leite é Economista
Alguns leitores de quando em quando me questionam sobre as notas políticas da minha ex-coluna de economia (agora fui “promovido” pro Zona Livre). O problema é que não dá para dissociar economia de política. As escolhas feitas no campo da política influenciam e muito o resultado econômico de uma determinada sociedade. Alguns números recentes reforçam isso. Vamos nos deter sobre a história política-econômica recente do estado do Rio de Janeiro. Dados do IBGE indicam que de 1985 até 2003 o estado que menos cresceu no Brasil foi o Rio de Janeiro, com apenas 33%. A média nacional foi de 55%. Mato Grosso foi o campeão de crescimento com impressionantes 275% no período.
O carioca tem mentalidade de funcionário público (muitos direitos e poucos deveres). O carioca acha “chique” ser de esquerda. O carioca acha “legal” ser do contra. O carioca sistematicamente vota errado. Leonel Brizola duas vezes, Moreira Franco, Marcelo Alencar e para calcinar os destroços do estado, a família Garotinho por duas vezes. A título de curiosidade, todos os outros governantes após Brizola foram “crias” do engenheiro. Foram duas décadas de descaso, de leniência com o crime organizado, de má administração, de desvio de recursos públicos (vide as ong’s do Garotinho). Isto tudo enxotou as empresas para bem longe do Rio. Em 1985 a bolsa de valores do Brasil era a BVRJ, hoje a bolsa de valores nacional é a BOVESPA. Em 1985 o sistema financeiro nacional era sediado no Rio de Janeiro, hoje está em São Paulo. O resultado econômico das más escolhas políticas está aí para todos verem. Um desempenho medíocre. De capital político-econômico-cultural para um balneário violento sem crescimento econômico. Um lugar onde os candidatos pedem autorização aos chefes do tráfico para fazerem campanha. Um antigo professor me dizia que não há mal que não possa ficar pior. A população carioca assina embaixo quando coloca como favorito ao próximo governo o populista Sérgio Cabral Filho (PMDB). Ele é o herdeiro político dos Garotinhos no estado. O que um colunista de um jornal do Mato Grosso tanto fala do Rio de Janeiro? O objetivo desta nota é mostrar a importância do voto e da política para o desenvolvimento econômico. Com uma bancada federal notadamente mensaleira e sanguessuga fica patente que temos sim que melhorar a qualidade de nossos representantes em Brasília. Com deputados estaduais que aplicavam recursos públicos em factorings privadas (Meu Deus, que descalabro!) fica patente que também nesta esfera estamos muito mal servidos. Gente, a hora da faxina está chegando. Vote com inteligência em outubro. PS. Antes que chovam emails de cariocas chorosos, lá vai uma informação. Esse colunista que vos escrevinha é nascido na cidade do Rio de Janeiro.
Editado por Adriana às 9/08/2006 03:35:00 PM |
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