Blairo Maggi (governador de MT), falsamente chamado de representante do setor, não foi governador, não ficou ao lado do produtor, não reduziu impostos estaduais e nem exigiu medidas do governo federal e dos bancos. O custo do óleo diesel para o produtor é U$ 45 por hectare, no entanto o ICMS sobre o diesel em Mato Grosso é de 17% é o mais alto do país.
Blairo foi um bom gerente de seus negócios privados. Enquanto os agricultores se desesperam com a queda de preços e a política cambial de Lula, as tradings (Amaggi, Cargil, Bunge, ADM) alcançam lucros fabulosos e aumentam seu patrimônio.
O patrimônio da Amaggi (do governador Blairo) aumentou quase 60% em apenas dois anos, passando de US$ 75,6 milhões em 2004 para US$ 120,0 milhões em 2005. Vale ressaltar que mais de 80% dos produtores do estado não devem a bancos oficiais, devem às tradings, em especial à Amaggi. Os contratos são verdadeiros tratados de escravidão: o produtor pega o empréstimo, mas é obrigado a adquirir todos os insumos na própria trading, independente do preço.
Hoje, a demanda pelo óleo diesel contabiliza baixa de cerca de 70%, comparando os volumes em litros comercializados de janeiro a junho deste ano, com igual período de 2005. E a queda é vista também no álcool e na gasolina. O interessante é que o setor de combustíveis é responsável por 29% da composição total do ICMS do estado. Não há dúvidas de que o setor de combustíveis passa por uma das suas maiores crises no Estado.
Por essas e outras que o orçamento do estado que no ano de 2005 foi de 5 bilhões e 700 milhões de reais, para o ano de 2006 já foi anunciado pelo próprio governo do estado que poderá não chegar a 5 bilhões.