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OKAMOTTO PODERÁ RESPONDER POR PERJÚRIO
Na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - O PSDB, PFL e PPS, os três partidos que apóiam a candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República, protocolam hoje uma representação por prática de perjúrio (falso testemunho) contra o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto.
Se a ação for acatada, a oposição pretende renovar o pedido de quebra de sigilo bancário de Okamotto, negado várias vezes pelo Supremo Tribunal Federal (STF), durante o funcionamento da CPI dos Bingos. Outra frente de ataque da oposição é chamar o petista para depor na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
A ofensiva foi anunciada, na tribuna do Senado, pelo presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), depois de articulada com os outros dirigentes partidários. A intenção é confrontar as versões de Okamotto e Lula sobre o pagamento da dívida de R$ 29,4 mil pelo presidente do Sebrae ao PT. "Ou ele vai desmentir o que o presidente Lula disse ou será preso", disse Tasso, deixando claro que a oposição insistirá no tema durante a campanha eleitoral. "Se fosse nos Estados Unidos já era motivo para pedido imediato de impeachment do presidente da República", emendou.
Em depoimento à CPI dos Bingos, em novembro, Paulo Okamotto assumiu a autoria do pagamento do débito de Lula com o PT e disse que o presidente nada sabia sobre a dívida. Afirmou ainda, sob juramento, de que falaria a verdade, que pagara em quatro prestações com dinheiro oriundo de sua própria conta bancária.
No entanto, em entrevista ao "Jornal Nacional", da "Rede Globo", Lula disse que transferiu a Okamotto a decisão de pagar a dívida, levando a oposição a desconfiar que o presidente sabia sim do débito. "Eu não tenho nada com isso, não vou pagar", disse Lula na entrevista.
A oposição suspeita que Paulo Okamotto era uma espécie de "caixa-forte" da campanha de Lula. Para o senador José Jorge (PFL-PE), companheiro de chapa de Alckmin, ninguém sabe de onde veio o dinheiro para Okamotto pagar a dívida.
"Hoje ele tem um ótimo salário, mas na época não tinha. Ele é uma espécie de pagador geral do Brasil e pagou também uma dívida da filha de Lula", disse. Na avaliação do senador César Borges (PFL-BA), o presidente Lula estaria "forjando versões". "Perjúrio é um crime grave e tem que ser responsabilizado".
Presidente da CCJ, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) concordou de pronto em pedir o comparecimento de Okamotto na comissão. "Esse governo está sempre se contradizendo e mentira tem perna curta", disse.
Em meio ao fogo cruzado da oposição, o senador Sibá Machado (PT-AC), único governista no plenário, saiu em defesa tímida de Lula. Segundo ele, em todos os momentos o presidente Lula não reconheceu a dívida que era partidária e não pessoal. "Não podemos dar essa responsabilidade a ele", afirmou, não pondo em dúvida a palavra de Lula.



Editado por Giulio Sanmartini   às   8/17/2006 01:41:00 AM      |