Por Onofre Ribeiro Assisti ontem ao programa eleitoral gratuito na televisão para os cargos majoritários de governador, de senador e de deputados estaduais de todos os partidos e coligações. Imagino que mereçam ser comentados, cada um ao seu modo. Respeito a ordem como foram apresentados: 1- Coligação Mato Grosso Unido e Justo – liderada pelo governador Blairo Maggi na disputa da reeleição. O programa fez uma varredura nas obras realizadas divididas por áreas, teve uma fala bem leve do candidato Blairo Maggi, e uma amostra de pessoas em gestos de atitude, sob o fundo musical do jingle. É de se imaginar que a parte inicial das obras seja destrinchada ao longo dos programas futuros. A linguagem foi leve. O candidato a governador repetiu o seu estilo da eleição passada, de falas propositivas e amenas, dando a entender mais uma conversa com o eleitor, do que pedido explícito de votos. Já o candidato a senador, Jaime Campos, teve um excelente programa de marketing político, de paupérrimo conteúdo propositivo. Não deixou pistas de para onde pretender ir.
2- PSDB – O programa repetiu a abertura apresentada ontem, que homenageia carinhosamente o ex-governador Dante de Oliveira, e o coloca como o símbolo da eleição no partido.O senador Antero Paes de Barros fez uma apresentação pessoal sem ânimo. Falou de sua atuação no Senado especialmente na condução das denúncias que atingiram o PT nesses anos, e exaltou-se quando disse que governará sem corrupção. O programa do PSDB está longe de uma linguagem que faça justiça à capacidade discursiva do senador e estabeleça uma ligação entre a atual campanha e a história do partido e de seus dois governos no estado.O candidato a senador Rogério Salles, fez uma apresentação muito tímida. Esforçou-se para afirmar sua imagem de produtor, de líder empresarial, de ex-prefeito de Rondonópolis, de vice-governador e de ex-governador. Faltou muita ousadia e mais força na linguagem. Ele pode render muito mais do que rendeu. 3- Coligação Mato Grosso por Inteiro – liderada pelo PT, apresentou uma senadora Serys, candidata a governador, triste, apagada, de olheiras e explicativa. Se existe uma coisa que ela nunca foi, é explicativa. Sempre saiu na frente com denúncias, tanto que mostrou as CPIs que presidiu como deputada estadual. Explicar não cabe em seu figurino. Não propôs e deixou que sua apresentação fosse editada com muitos cortes, tirando-lhe a credibilidade. Se ela quer levar a candidatura adiante, não será com explicações, mas como seu habitual estilo agressivo e lutador. 4- Os demais candidatos, cumpriram seu papel acessório. 5- Os candidatos a deputados estaduais, exceção de Carlos Brito e Carlos Avalone, foram muito burocráticos. A melhor linguagem foi a do deputado Zé do Pátio, que encontrou um caminho objetivo e simbólico de comunicação.
Editado por Giulio Sanmartini às 8/17/2006 01:18:00 AM |
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