Por Plínio Zabeu Tem sido preocupante o crescimento de denúncias, apurações e até condenações de médicos no Brasil devido ao que chamamos comumente de “erro médico”. Tanto que as principais entidades do setor – Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina – vêm se manifestando com insistência sobre a qualidade de Formação Médica no país. Espera-se encontrar no médico a associação de valores morais, vocação e domínio técnico. Contudo, infelizmente notamos que nos últimos tempos, tal formação tem deixado muito a desejar. E a principal causa é o excessivo número de escolas médicas no país. Uma escandalosa proliferação delas que hoje atinge o número absurdo de 160. Um recorde mundial infelizmente. Infelizmente porque uma grande parte delas não tem condições para a formação suficiente exigida para que o profissional não incorra num dos três pontos de fracasso: Imprudência, Negligência e Imperícia.
Apenas entre 2003 e 2005 pelo menos 26 novas escolas foram autorizadas, com base em argumentos vagos como “necessidade social” e “projetos pedagógicos inovadores” (sic). Apenas duas destas escolas estão em Estados onde realmente existe certa carência de médicos. São 310 mil médicos em atividade e 12 mil vagas por ano. São propostas de formação rápida mas sem nenhum suporte para o aprendizado básico e principalmente no tocante à especialização. Sessenta por cento dos formados não conseguem um curso prático de residência médica. Qual seria a causa principal da má formação? Sem dúvida esta falha reside na formação pré-universitária. Que faz o governo nessa área? Ao invés de investir no ensino fundamental e médio, melhorando ou retornando ao que era o ensino antigamente, prefere estabelecer “cotas” raciais ou sociais. Além de implantar um racismo odioso, contribui para a formação de profissionais incapazes ou inseguros. E os erros vão se sucedendo. É preocupante o número de processos nos Conselhos de Medicina e na Justiça. E tudo indica que tende a crescer enquanto os setores responsáveis no governo não tomarem ciência de suas responsabilidades. O primeiro passo no momento seria uma avaliação correta da capacidade de cada escola. A que não apresentar os requisitos essenciais totais para formação deve simplesmente ser fechada imediatamente. Infelizmente o que vemos são iniciativas populistas e eleitoreiras, deixando de lado a finalidade principal que é a da formação de médicos competentes e seguros em suas atuações diminuindo o número assustador de falhas.
Editado por Giulio Sanmartini às 8/10/2006 08:38:00 AM |
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