- O presidente Lula não tem condições políticas ou morais de pedir uma Constituinte. Em vez de abolir as negociatas, o troca-troca partidário que tanto condenava, ele enveredou pelo mesmo caminho. Ele também não tem moral para fazê-lo, pois, a cada escândalo novo em seu governo, simplesmente dizia que não tinha conhecimento - afirmou.
Na sua opinião, a reforma política deve ser objeto de um pacto e de negociações entre o Executivo e o Congresso nos primeiros 60 dias do mandato do próximo presidente da República. Heráclito lamentou que um chefe de estado crie "um factóide" para ser, posteriormente, desmentido.
Em aparte, o senador José Jorge (PFL-PE) demonstrou desconfiança sobre a proposta, feita às vésperas das eleições. Embora tenha admitido não ter opinião formada sobre o assunto, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) cumprimentou Heráclito pela forma como tratou da questão em Plenário.
Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) considerou necessário respeitar uma eventual insatisfação do presidente Lula com a demora do Congresso em realizar uma reforma política. Nesse ponto, Heráclito questionou se a culpa pela demora seria do Congresso ou das medidas provisórias enviadas pelo Executivo e que costumam obstruir a pauta de votações do Legislativo. Para o petista, essa responsabilidade deve ser compartilhada entre Executivo e Legislativo.