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A COMPRA DA DIGNIDADE

 

 

PEDRO OLIVEIRA

pedrojornalista@uol.com.br

 

        

(São Paulo. Agosto de 2006) A legislação eleitoral brasileira é falha e o Ministério Público, a Polícia Federal e o Judiciário são ineficientes para coibir os abusos nas eleições.Não fosse assim pelo menos metade dos políticos eleitos estariam fora de seus cargos e na cadeia. A compra de votos o aliciamento sujo e pútrido são práticas registradas e comprovadas em todos os pleitos eleitorais não importa o tamanho da cidade.Os episódios da compra descarada de votos, elaborado por artífices da marginalidade política, diminui a todos envolvidos direta ou indiretamente no processo e desmoraliza a Justiça Eleitoral. Neste pleito como em outros passados um fato degradante: a comprovada e criminosa compra de votos nas barbas da Justiça Eleitoral, do Ministério Público, sem que nenhuma atitude drástica seja tomada. As provas são mais que evidentes e identificáveis por qualquer cidadão com o mínimo preparo intelectual.Não adianta, no entanto ficar culpando tão somente a legislação, as regras eleitorais, a falta de condições para punir. É falta de interesse mesmo, se não for coisa pior: a conivência imoral com o crime.   

       Nos últimos tempos o noticiário nacional tem dedicado grande parte de seu conteúdo a denúncias escabrosas de corrupção, suborno, vendas de sentenças, improbidades administrativas, roubo descarado e corrupção praticados por senadores e deputados em Brasília, além de outras tantas falcatruas que assolam a atividade pública brasileira. A cena envergonha a Nação e nos deixa cada vez mais fragilizados aqui dentro, diante de nossas esperanças, e lá fora, diante do Mundo.No contexto geral o Judiciário está podre, o Legislativo desmoralizado e o Executivo comprometido com os delitos mais graves. A sociedade está alarmada e inquieta

       O próprio presidente da República, que não possui lá essa autoridade moral toda, afirmava que : “o crime organizado tem o seu braço político, o seu braço judiciário, o seu braço da sociedade civil”. Desembargadores, juizes, procuradores de Justiça, delegados, parlamentares, prefeitos, são acusados todos os dias e em todas as regiões, de corrupção, formação de quadrilha, etc. O mais grave: o índice de impunidade incentiva bastante a prática do crime, entre os agentes políticos da vida brasileira. No caminho que estamos, em breve, seremos laureados com o título de país mais corrupto do Mundo e ai não faltarão representantes para receber o troféu.

A ação deveria estar com o Ministério Público, o julgamento com o Poder Judiciário. Mas como julgar bandidos, corruptos e marginais da vida pública se uma considerável parcela desses que deveriam denunciar ou julgar estão na vala dos iguais: são bandidos também?

Se a sociedade não se encarregar, ela mesma, de dar inicio a uma faxina na vida pública brasileira banindo pelo voto os corruptos e os marginais da política, os traficantes de votos, os criminosos de colarinho, não poderemos contar com qualquer futuro de esperança.

       Nossas instituições estão competindo com bordéis de quinta categoria, senadores e deputados são personagens do teatro da marginalidade, nossa justiça deveria ir para a cadeia, um presidente da república em permanente e insistente suspeição, partidos políticos em degradação, administração pública corrompida. Este é o Brasil que temos, mas com certeza, não é o que queremos. Vamos mudar.

 

 

Pedro Oliveira é jornalista e presidente do Instituto Cidadão.

 



Editado por Cassio   às   8/13/2006 02:56:00 AM      |