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"ÇA IRÁ"
"Le peuple armé toujours se gardera
Le vrai d'avec le faux l'on connaîtra
Le citoyen pour le bien soutiendra"
(O Povo sempre se defenderá
Vamos diferenciar o verdadeiro do falso
O cidadão apoiará o bem )

Ralph J. Hofmann – 11/08/06

“Ça irá” e “La Carmagnolle” o povo que acompanhava a guilhotina portátil de cima abaixo pela França decepando cabeças fornecia com essas canções o fundo musical do cerimonial macabro em que, após executar todos os aristocratas que lhes caíram nas mãos a revolução tratou de eliminar os líderes alternativos os desafetos e os inimigos pessoais.
Mas o que era o bem? Quem era verdadeiro, quem era falso? O cidadão apoiará o bem? Que bem? Como identificar o bem?
Na prática a teoria sempre é outra. Os ideais servem até a tomada do poder. Fidel Castro dizia que lutava para tirar Batista do poder. Depois neutralizou ou assassinou todos os outros líderes do movimento.
Cromwell eliminou o rei Carlos I da Inglaterra. Poucos anos depois, mortos seus opositores dentro do próprio movimento parlamentarista ( que cobrava poderes para o Parlamento) ou exilados nas colônias das Américas fechou o Parlamento e institui as exatas medidas que haviam levado o rei ao cadafalso.
Parece com alguma coisa que já vimos? Digamos entre 2003 e 2006 no Brasil? Após a tomada do poder o governo PT não veio a reconhecer que muitas das ações do governo anterior eram essenciais como medidas estabilizadoras da economia para posteriores reformas?
Só faltou a guilhotina. Mas esperem! As coisas não terminaram ainda. Voltando à comparação com a Revolução Francesa agora temos exércitos de facções errando pelo país. MST, MLST, Ação Isso, Camponeses Aquilo, PCCs com carteirinha assinada e mensalidade. Qualquer dia um saudosista entra na Wikkipedia e resgata um projeto de guilhotina sobre rodas.
Potencialmente há outra situação dos séculos 17 e 18. Quando cansados de pagar impostos decididos por maiorias parlamentares que não os representavam, leais súditos ingleses se viram subitamente lutando contra o poder do parlamento inglês. Aquele mesmo parlamento inglês que resistira o Rei Charles quando impusera impostos à sua revelia e que posteriormente, reinstituído por Cromwell fora fechado por ele após resistir impostos instituídos sem respeito às suas decisões.
Esse evento foi a Guerra da Independência Americana. Colonos Ingleses defendendo ideais ingleses de democracia parlamentar contra leis instituídas à sua revelia por um parlamento inglês onde não tinham representação.
Já se constatou este ano que mais uma vez o governo brasileiro antecipou suas receitas em trinta dias, que 50% do PIB potencial (calculado com otimismo, ou reconhecendo que a economia informal é de igual tamanho que a formal) já foi extorquido dos contribuintes até agora.
O governo utilizando medidas provisórias contorna o parlamento, quando não o compra. O Parlamento não respeita a distribuição populacional. Os orçamentos são obra de ficção. Temos uma nova aristocracia. Os antigamente éticos líderes petistas.
O que é um aristocrata na acepção do século 18. Vive de rendas, não trabalha e mantém o poder mesmo quando não sabe o que fazer com ele pelo país. Aumenta os impostos para realizar projetos próprios como castelos e monumentos em sua própria honra.
Lula não trabalha ha 30 anos, vive de pensões e salários a que não faz jus pelo trabalho que executa. Quando quer toma mais impostos para realizar projetos que
o façam parecer “Lula o Ungido”. Faltou alguma coisa?
A canção “Ça ira” tem um estribilho.
“Ah ça ira, ça ira, ça ira
Les aristocrats a la lanterne”;
ou seja “ penduremos os aristocratas dos postes de luz”.
Nesta altura a idéia não é de todo descartável. Ou é?


Editado por Ralph J. Hofmann   às   8/12/2006 10:30:00 AM      |