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ALGUMA COISA NÃO ENQUADRA
Por Giulio Sanmartini
A guerra é a forma de impor uma idéia pela força, quando se deveria fazê-lo pelo raciocínio e pela razão. Todavia ela é uma constante no mundo dos vivos, existem até cogumelos que se tornam canibais para conquistar mais espaço. Certamente o homem, que se considera o vértice de pirâmide vivente deveria ser mais racional e menos belicoso, mas não o é. Não estou com isso tentando ser um pacifista politicamente babaca, mas analisar conflito que desde 1948, em caráter permanente vem envolvendo Israel e outros paises árabes.
Desde a criação do Estado de Israel (1948) ao árabes vizinhos Egito, Síria, Jordânia, vem tentando de todas as formas exterminar o país. Nesse período enfrentou três grandes guerras: a de 1948, a de 1975 (Seis Dias) e a de 1973 (Yon Kippur), em todas a vitória representou a sobrevivência do estado israelense.
Sobre Israel criaram-se algumas verdades absolutas, que são totalmente falsas, talvez a mais usada é que as terras do Estado tenha sido tomado aos palestinos, ignorando que desde final dos Século XIX, os hebreus, fugindo às perseguições religiosas que aconteciam na Rússia czarista, retornavam à terra biblicamente prometida. Estes chegavam num lugar inóspito e deserto onde ninguém queria as terras, mesmo assim as compraram dos árabes o que foi o fulcro territorial da nação. Puseram imediatamente mãos à obra,. Criaram escolas agrícolas, aperfeiçoaram os sistemas de irrigação e de dessalinização da água do mar e, mais importante, fizeram os kibbutz, comunidades agrícolas coletivas. O deserto tornou-se um grande centro de produção e o país um exportador de frutas, criaram-se cidades, universidades, museus, centros de cultura e de pesquisa científica de reconhecimento mundial. Está em 23° lugar no Índice de Desenvolvimento Humano, seus vizinhos, inimigos ou ex inimigos ocupam: Líbano 65°, Jordânia 84°, Síria 78° e Egito 109° (o Brasil está em 68° lugar)
O nação, desde sua fundação (1948) por resolução da Organização das Nações Unidas ONU), é governada por uma democracia, sem um mínimo hiato que seja nesses quase 60 anos, mas fazendo fronteira com paises onde esse regime é totalmente desconhecido, onde impera o absolutismo.
No ano de 1993 Israel e Palestina fizeram um tratado onde ambos reconheciam seus devidos Estados. Israel retirou-se da Cisjordânia de Faixa de Gaza, que passou a ser território da nação palestina. Todavia é difícil a criação de fato, desse novo país, falta toda e qualquer estrutura para tal. Todos os petro-dólares recebidos das nações amigas por décadas, serviram para fins bélicos e para enriquecer os membros da Organização de Libertação da Palestina, assim o que deveria ser um tratado para levar a paz a região não conseguiu seu objetivo.
A paz vinha durando há quase um ano, quando no dia 25 de junho, o Hamas (organização religiosa islâmica/palestina, paramilitar, que com grande freqüência faz uso do terrorismo), invadiu o território israelense matando dois soldados, ferindo três e tomando um como refém (deixou na operação dois mortos). A reação de Israel foi pronta, usando o melhor de suas forças e assim começou mais uma guerra, entrando contra os hebreus também a Hezbollah (significando Partido de Deus, organização Libanesa, política e terrorista, que prega a destruição total de Israel).
Aí a coisa começa a não enquadrar, parece que por americanofobia e por extensão também fobia a Israel, grande parte da imprensa vem esquecendo alguns princípios: não pesquisam a realidade das notícias espetaculares que chegam as redações, publicam-nas, na maneira mais preguiçosa de praticar jornalismo e também num dos maiores erros profissionais em não encarar a informação como um ponto de partida a ser apurado, ouvir tão somente as duas partes não resolve. O repórter deve ouvi-las mas também apurar muito bem quem está com a verdade.
Os ataques de Israel sempre matam “civis”, mesmo sendo difícil distingui-los nessas organizações paramilitares, onde alguns usam uniformes e outros não. Acontecem lamentáveis mortes de inocentes, mas numa guerra ao atacar ou defender-se não se pode escolher quem vai morrer e quem vai viver, como quem escala um time de futebol.
No dia 2 de agosto a Hezbollah lançou contra Israel mais de 200 mísseis, segundo os jornais (italianos e brasileiros, morreu um lavrador israelense, não seria um civil?), nos dias seguintes a chuva de centenas de mísseis continuou, os mortos aumentaram para menos de uma dezena, e se houve algum estrago material nada foi fotografado e se foi não o publicaram.
Aí é que a coisa não enquadra. São muitos mísseis para poucos resultados práticos, se partirmos que o objetivo precípuo de uma guerra e aniquilar o inimigo.
Não tenho a idéia de quanto deva custar cada míssil e como um povo miserável possa usar tantos inutilmente. Fato é, que se for verdade o que se lê, as forças do Hamas e do Hezbollah, demonstram total incompetência.
Atrás de tudo está o fanático presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, que juntamente com a Síria, valem-se do conflito para manter a hegemonia na região.
Almadinejad, ao pregar a destruição do estado de Israel e negar a existência do holocausto, torna-se um incentivador intelectual dos grupos terroristas, além disso é um grande financiador.
O Hezbollah tem 2 mil milicianos que guerreiam em tempo integral, ainda 800 combatentes de elite treinados por 200 “pasdaran” iranianos (um corpo militar instituído depois da revolução islâmica de 1979, Os Guardas da Revolução). O orçamento anual do Hezbollah é de 500 milhões de dólares e a contribuição do Irã é de 100 milhões.
Qual a solução para a paz na região? Como está a coisa, qualquer uma que se apresente agora, é simples prática de utopia.


Editado por Giulio Sanmartini   às   8/07/2006 05:50:00 AM      |