A advocacia Geral da União prestou informações ao STF na interpelação judicial apresentada por Diogo Mainardi, colunista da Veja. Em entrevista em Viena, comentando textos publicados pela revista, assinado por Márcio Aith e por Diogo, Lula mandou ver naquele seu estilo deixa-que-eu-chuto: “Não sei se o jornalista que escreve uma matéria daquelas tem a dignidade de dizer que é jornalista. Poderia dizer que é bandido, mau-caráter, malfeitor, mentiroso". Mainardi acordou invocado e quis saber a quem o presidente se referia. Segundo a AGU, o ataque não tinha os autores como alvo, e sim o conteúdo "delituoso” do texto. O caso está com o ministro Gilmar Mendes. Diogo diz que a interpelação é uma medida cautelar preparatória para ação criminal. A AGU argumentaainda que o colunista não se disse ofendido por Lula, e o sentimento de ofensa é "exigência legal expressa para a definição clara da sua legitimidade processual cuja falta recomenda o pronto indeferimento do pedido". Huuummm... Alguma dúvida de que Lula falou a palavra "jornalista"? Só para refrescar a memória: ele se irritou com uma reportagem de Aith sobre uma investigação da Kroll que apontava a existência de contas secretas de figurões do PT no exterior — uma seria dele próprio. A revista relatou o caso, sem endossar a versão. Na mesma edição, em entrevista a Diogo, Daniel Dantas informa que Delúbio Soares lhe pediu alguns milhões de dólares. Lula não chamou o empresário de “bandido, mau-caráter, malfeitor ou mentiroso”. Preferiu mandar o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, bater um papinho com ele, num encontro que Tarso Genro definiu como “institucional”.
Reinaldo Azevedo
Editado por Adriana às 6/28/2006 09:30:00 AM |
|