Por Ralph J. Hofmann Mal escrevo um artigo sobre as dificuldades de ser um Brasil Grande, passam-se um par de horas e o nosso Grande Timoneiro, seus imediatos, oficiais de navegação, grumetes e criados saem de uma sala de reunião onde devem ter jogado pebolim a tarde inteira e brindam o país com uma bela inanidade. Concluíram, após horas enclausurados, de que a Bolívia tinha direito de fazer o que fez pois é um país soberano. Portanto aviso. Contratos não são contratos. Contratos são pedaços de papel que podem ser rasgados a qualquer momento. Ou melhor. Parece que são enviados ao banheiro para o devido uso. Mesmo que achassem isto, coisa que não acredito por um único instante, nossos timoneiros jamais deveriam dizer tal coisa publicamente. Deveriam ter dito que irão buscar seus direitos contratuais ante as cortes internacionais. Deveriam ter chamado de volta o embaixador brasileiro para conversações. Deveriam ter feito cara de quem não sabe se manda o exército invadir ou a força aérea bombardear. Será que ninguém nessa equipe jamais leu um único livro sobre técnica de negociação. Olha, a Catho tem um excelente curso de negociação. Baratinho. Talvez até o Itamaraty possa desenterrar algum diplomata escondido num porão, hoje sem prestígio que possa dar um curso de negociação. No tempo que presenciei negociações do Acordo Bilateral do Aço só vi gente hábil no Itamaraty. Num técnica de negociação quem já diz que aceita o ponto de vista daquele a quem confronta entra na sala de negociações derrotado. Essa turma não joga bridge nem pôquer. Só pebolim! Ralph Hofmann
Editado por Adriana às 5/02/2006 11:01:00 PM |
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