Por Tales Faria no Jornal do Brasil (Informe JB)

O apagão aéreo começou como um temor dos controladores de vôos de verem alguns de seus colegas responsabilizados pelo maior acidente aéreo da história do país. Transformou-se numa extensa pauta de reivindicações sindicais. Passou pela revelação de que há um setor vital do país em que civis e militares convivem de maneira pouco harmônica. Desdobrou-se na evidente falta de habilidade do comando militar para lidar com problemas reais. E, agora, está quase descambando para uma verdadeira crise militar.
Primeiro, a alimentar a crise, o fato concreto da insatisfação do presidente com o seu ministro da Defesa, Waldir Pires, que não demonstra qualquer controle da situação. Para piorar a história, vem a insatisfação dos comandantes militares com o ministro. Depois, para atrapalhar tudo um pouco mais ainda, a irritação do presidente com os comandantes das três Forças.
Nos bastidores do governo, dá-se quase como certo que Lula irá afastar Waldir Pires e os comandantes militares numa tacada só, nesta reforma ministerial. Pode ser. Aliás, se não estão se entendendo, é melhor que assim seja. Mas, se isso não for feito com muito cuidado, o que é uma quase crise militar pode transformar-se numa verdadeira crise