Por Ralph J. Hofmann
“I am not a Labor Leader; I do not want you to follow me or anyone else; if you are looking for a Moses to lead you out of this capitalist wilderness, you will stay right where you are. I would not lead you into the Promised Land if I could, because if I led you in, some one else would lead you out. You must use your heads as well as your hands, and get yourself out of your present condition.” (Não sou um líder trabalhista; não quero que me sigam nem a mais ninguém; se estão procurando um Moisés que os leve para longe dessa selva capitalista ficarão onde estão. Eu não os lideraria para a terra prometida nem que pudesse, pois se eu os levasse alguma outra pessoa os lideraria de volta. Vocês devem usar seus cérebros assim como suas mãos e tirar-se a si mesmos dessa condição.) Autor - Eugene Debs, líder sindical americano do fim do Século XIX e início do século XX, cinco vezes candidato à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Socialista. Não sou grande admirador de Eugene Victor Debs como figura política, mas admiro-o como homem íntegro. No seu tempo o capitalismo realmente era selvagem Nessa época nem os governantes nem os industrialistas enxergavam o operário como pessoa humana. Também não haviam chegado à conclusão de que o operário era o mercado que lhes permitiria alçar grandes vôos e produzir em grande escala na medida que seu salário lhe permitisse consumir. Mas vejam o parágrafo no início deste artigo. Aqui está um homem que rejeita a capa do super homem. Insta aos operários que aprendam a pensar por si mesmos, que lutem por si mesmos, quase como aquele colono solitário na floresta no início do Século 17 tinha de fazer para arrancar sustento da terra e defender-se dos índios.
Era um homem com o primário completo. Depois saíra correr mundo como foguista e condutor de trens aos 15 anos. Contudo, descendente de imigrantes alsacianos, sempre lera em inglês, alemão e francês. Aprendera aos pés dos pais. Essa afinidade com a leitura lhe permitiu aproveitar as ocasiões em que foi preso, particularmente aos sessenta e dois anos quando foi condenado pela sua rejeição à entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial numa forma que foi considerada traição, pois instava os sindicatos a bloquear o esforço de guerra, , para ler muito sobre política, mas também permitiu que formulasse suas próprias teorias, que corretas ou erradas indicavam um homem que passou a vida construindo conhecimento. Nunca foi um homem de retórica vazia. Podemos discordar dele, mas nunca o acharemos um fanfarrão. Vale ou não uma comparação com nosso Grande Ex-Sindicalista? Bravatas, mentiras, retórica vazia, nenhum senso de ética, aversão aos livros e aos letrados? Eugene Debs era na época e seria hoje uma dose excessivamente forte. Mas ajudou a construir tudo que o sindicalismo pode ter de melhor. E até visualizou, conforme vemos no texto acima, o que um falso líder poderia ser de maléfico para o sindicalismo.
Editado por Ralph J. Hofmann às 10/16/2006 11:14:00 PM |
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