Por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Pois é. "O povo mudou..." Desfaçatez igual raras vezes se vê. Porque essa foi a explicação dos institutos para os grotescos erros nas previsões eleitorais. Até as feitas na boca da urna. Foi o eleitorado que à última hora alterou tendências. Os institutos estavam certos, a culpa pelos números trocados é do povo... Convenhamos, assim não dá. O povo baiano já estava, faz muito, decidido a eleger Jacques Wagner, mas eles apontavam Paulo Souto eleito no primeiro turno, o contrário do que aconteceu. Será que Ieda Crusius atropelou Germano Rigotto só na madrugada de domingo, no Rio Grande do Sul? No Maranhão, Roseana Sarney não estava vitoriosa já na primeira votação?
Vamos poupá-los de uma procissão de constrangimentos, mas as eleições presidenciais não podem ficar de fora. Durante meses, deram Lula como eleito no primeiro turno. Jamais concluíram que Geraldo Alckmin teria 41,64% da votação. Os erros talvez não tenham sido cometidos por má-fé. Terá sido incompetência, mesmo. Ou preguiça metodológica, porque parece impossível conhecer a tendência de 126 milhões de eleitores ouvindo dois, três ou quatro mil.
Já devem estar preparando novas pesquisas para o segundo turno, mas fariam melhor se anunciassem apenas que o vencedor pode ser Lula ou Geraldo, com margem de erro de dez pontos para cima ou para baixo...
Editado por Giulio Sanmartini às 10/03/2006 09:10:00 AM |
 
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