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COMEÇA O JOGO: LULA SE DEFENDE; ALCKMIN ATACA
Por Josias de Souza na Folha de São Paulo
Lula e Alckmin deram entrevistas na tarde desta segunda. Foi a primeira manifestação formal de ambos depois da proclamação do resultado das eleições de domingo. A análise do conteúdo das declarações dos sobreviventes da disputa presidencial de o tom do segundo turno: Lula entrou na disputa na defensiva. Alckmin, manteve o tom elevado que o levou ao segundo turno.
As diferenças foram pontuadas nas respostas que os dois deram às perguntas relacionadas ao dossiêgate. “a sociedade brasileira está esperando as respostas”, disse Alckmin. “De quem é o dinheiro [R$ 1,7 milhão]? Quem é o dono das contas [bancárias]? de quem é dólar? Como entrou no país? O povo brasileiro quer respostas, que ainda não foram dadas”.
São respostas que Lula ainda não tem. Em privado, o presidente rumina a suspeita de que os petistas “aloprados” que tentaram comprar um dossiê contra políticos tucanos caíram numa armadilha montada pelo próprio PSDB. Na entrevista, suas suspeitas foram insinuadas: “Fico pedindo a Deus que não me aconteça nada até desvendar esse mistério. Não é apenas a questão de dinheiro ou de onde vem o dinheiro. Quero saber quem arquitetou essa obra de engenharia para atirar no próprio pé. Peço a Deus para viver até o dia que possa dizer: foi tal pessoa que articulou”.
Perguntou-se a Lula se acha que os meios de comunicação portaram-se incorretamente ao divulgar as fotos do dinheiro apreendido em 15 de setembro com os petistas que transacionavam o dossiê. Ele disse que todo político tem queixas em relação à imprensa. Mas reconheceu que ela tem “um papel muito importante” na consolidação da democracia.
Sobre a exposição do dinheiro, disse: “Você pode gostar ou não gostar. Mas tinha o dinheiro, tinha a fotografia, poderia ter sido mostrada no dia [em que foi apreendido] ou quando bem entendesse”. Há no comitê de campanha de Lula um consenso: o caso do dossiê, vitaminado pela exposição das fotos, foi decisivo para que o segundo turno.
Lula foi à defensiva, de novo, ao comentar sua ausência no último debate entre os presidenciáveis, na quinta-feira da semana passada. Disse que ainda não dispõe de uma “aferição” para saber se houve ou não prejuízos à sua campanha. Acrescentou: “Se eu tivesse uma bola de cristal que dissesse ‘faça tal coisa que ganha voto’ eu faria tudo aquilo que ganha voto. Se as pessoas entenderam que eu deveria ir ao debate ou não, agora nós vamos ter debate”.


Editado por Giulio Sanmartini   às   10/03/2006 05:27:00 AM      |