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ESFORÇO RECOMPENSADO
Por Fabio Grecchi na Tribuna da Imprensa
Lula fez todo o possível para que houvesse segundo turno. Cercado das figuras mais aparvalhadas e medíocres, nas duas últimas semanas um vagalhão se ergueu contra o presidente. Geraldo Alckmin tem muito menos méritos do que imagina e está na disputa do dia 29 graças à incompetência dos petistas não só para jogar limpo, mas para reconhecer o erro.
O presidente achou que nadava de braçada numa raia que foi, sim, sua por muito tempo. A ponto de esnobar um debate na rede de TV mais vista do País. A desculpa para não comparecer foi tão torpe quanto as várias explicações que os petistas têm dado para as lambanças em que estão metidos. Acham que o eleitor é estúpido.
Agora a luz vermelha acendeu. Aquela indiferença olímpica que Lula ostentou meses atrás, quando custou a se anunciar candidato dizendo que pensava mais em governar do que em se reeleger, foi devidamente esquecida. O PT seguiu acreditando que o presidente estava tão descolado do partido que tudo o que aparecesse seria aparado no peito com certa facilidade.
Dizer que não sabia custou a Lula uma vitória que esteve na mão. A quantidade de assessores irresponsáveis - para dizer o mínimo - e arrogantes pode mandar embora para casa a república petista. Efêmera pela própria incompetência em fazer política. E não pense, caso saia agora, que em 2010 o PT se apresentará postulante a voltar ao Palácio do Planalto.
Primeiro, falta-lhe candidato. Segundo, tucanos e pefelistas terão - caso vençam - quatro anos para trabalhar a extinção da raça petista, como preconizou o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC). Terrível constatar como Lula e o PT deram razão à oposição e estão em vias de serem repudiados pelo eleitor.
Claro que Lula tem chances de se reeleger. O lugar-comum do "segundo turno é nova eleição" é verdadeiro. Não pode mais ignorar debates como se nada representassem. Aliás, quanto mais sua carcaça resiste à bobajada dos afobados petistas de cocheira? O que ainda virá à tona do "dossiêgate" nos próximos dias? O presidente deu chance demais para o azar. E quando isso acontece, costuma ser fatal.


Editado por Giulio Sanmartini   às   10/03/2006 09:07:00 AM      |