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OPOSIÇÃO QUER CASSAR REGISTRO DE LULA
Na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - O PSDB e o PFL pediram hoje ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que casse o registro da candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Coligação A Força do Povo (PT-PRB-PC do B), pelo fato de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter concedido uma entrevista na sede do ministério. Os partidos também querem que Mantega seja punido com o pagamento de multa.
A entrevista foi concedida na terça-feira. Nela, ele criticou propostas do candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), da Coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), para a economia e fez promessas a empresários e aposentados. "A entrevista não se referiu a tema ligado à atuação do Ministério da Fazenda", sustentam os advogados da Coligação Por um Brasil Decente.
"O representado (Mantega) passou a fazer, escancaradamente, campanha eleitoral em favor do presidente da República candidato à reeleição, claramente, realizando comparações sobre programas econômicos dos dois postulantes ao cargo que disputam o segundo turno", alegam os advogados, acrescentando que os jornalistas foram comunicados, pela Assessoria de Comunicação Social da pasta, de que o ministro da Fazenda daria uma entrevista.
Os advogados observam que o teor da entrevista pode ser acessado na página do ministério na internet (www.fazenda.gov.br). Num pedido de liminar, eles requerem que o TSE determine a retirada desta entrevista do ar. "Como se verifica, não só o primeiro representado (Mantega) usou da estrutura do Ministério da Fazenda para convocar jornalistas para ouvi-lo em entrevista coletiva, na qual fez inequívoco proselitismo político-eleitoral em favor da candidatura do segundo representado (Lula), como ainda se utilizou da página daquele órgão na internet para difundir a sua manifestação", afirmam os advogados.
Conforme eles, é inegável que foi usado todo o aparato administrativo com o objetivo de beneficiar a candidatura do presidente. "Pela mera leitura da entrevista coletiva adrede convocada pelo primeiro representado, pode-se perceber, claramente, o desvio de finalidade da máquina pública em proveito da candidatura do segundo representado", afirmam.
Eles observam que a legislação eleitoral proíbe, expressamente, os agentes públicos de ceder ou usar em benefício de candidato bens móveis e imóveis pertencentes ao governo e materiais e serviços custeados pela administração federal. De acordo com os advogados, ficou demonstrado "invulgar desapreço pelo cumprimento da lei". Eles pedem que o ministro pague uma multa de 5 a 100 mil Unidades Fiscais de Referência (Ufirs) e que Lula fique sujeito à cassação do registro ou de um eventual diploma, se for reeleito.


Editado por Giulio Sanmartini   às   10/06/2006 01:30:00 AM      |