Por Adauto Medeiros, engenheiro civil e empresário.
Nas democracias consolidadas as campanhas políticas servem para discutir os valores econômicos sem pensar em ideologias. Nos clubes atômicos, ou melhor, nos países atômicos, por exemplo, menos a Coréia do Norte, o importante é a política externa. Infelizmente no último mundo que é o nosso, ainda se fala ou se perde tempo discutindo se deve ou não privatizar as empresas estatais. Esta discussão no Brasil vem se arrastando desde a metade do século 20, portanto estamos atrasados mais de meio século.
Nossa sociedade por preguiça ou por ignorância ou pelos dois motivos talvez, ainda acredita que o governo é capaz de salvá-la, esquecendo, portanto que ele, o governo, é feito e administrado pela classe dominante, cujo principal interesse é salvar a si próprio. Lula agora no segundo turno, como forma de tentar amealhar os votos de Heloisa Helena e Cristovam Buarque, passou a defender o passado e acusar de forma mau caráter o candidato tucano de privatista. Lula blefa, e faz isso cinicamente para obter resultados eleitorais. É a maior prova do seu absoluto mau-caratismo e desprezo às regras do jogo. Ele se diz o defensor das estatais, vendo nisso a vitória do povo. Não há vitória do povo nenhuma nisso, e sim claro, que é nas estatais que ele precisa empregar os intelectuais incompetentes do seu partido, e a maquina partidária petista e adjacências, que só encontram guarida em um estado ineficiente e corrupto como o nosso. Portanto Lula tem que se agarrar nelas, pois além do mais, ao dispor de propaganda maciça, pode exigir demissão de qualquer jornalista que diga a verdade, como foi o caso de Boris Casoy e Arnaldo Jabor. E imaginávamos que estaríamos vivendo um tempo de democracia. Lula nunca foi democrático. Por isso ele não quer privatizar, para poder fazer chantagem. Será possível que ainda existam jornalistas que votem em Lula? De qualquer forma, penso eu, que Alckmin teria que dizer ser favorável as empresas estatais serem privatizadas mostrando-se diferente de Lula, alertando para o fato de que se os gastos das estatais ainda fossem do governo o Brasil não teria condições de ter tido, por exemplo, um saldo comercial na exportações que o nosso presidente e o seu partido tanto vangloriam, mas que na época da privatização foi contra. É cinismo demais. Lula além de mentiroso é cínico. E basta comparar agora as companhias de telefone, eletricidade, Vale do Rio Doce, antes um imenso cabide de emprego de esquerdistas e políticos perdedores, deficitárias e hoje empresas saudáveis, investindo na melhoria e eficiência, dando impostos ao governo, e, na verdade, deixando de ser estatais para de fato serem públicas. Alckmin tem que dizer que este debate não era nem mesmo para vir à baila, pois somente um país atrasado como o nosso, ainda tem este tipo de procedimento retrogrado e antipovo. Antipovo sim. Basta dizer que no tempo da Telebrás só quem tinha aparelho telefônico era o “rico”. Hoje não. Lula deve querer que telefone seja só para rico. Certamente. Mas tenta vender a idéia de que estatal é que é do povo. Do povo dele. E como o debate de privatizar respingou aqui em nosso estado, basta dizer que a energia do RN é a mais barata do país. Os impostos, tais como PIS, Cofins, Taxa de iluminação pública, é que encarecem o preço da energia. Quanto mau-caratismo. E podemos dizer mais: quem tem o poder político não pode ter empresas, quem tem armas não pode ter dinheiro para fins políticos. Infelizmente o Brasil ainda tem tudo isto. Quando se fala em diminuir gastos públicos logo vem a mentira dos petistas, em dizer que a oposição irá cortar o Bolsa família. Mas a bem da verdade todos sabem que se o governo não diminuir os gastos públicos o país não tem condições de crescer e beneficiar os miseráveis que hoje são reféns da esmola estatal e eleitoreira. Lula ao condenar a privatização clamando pela estatização, está matando a criatividade e o empreendedorismo e nos tornando permanentemente uma nação dos sem futuro e miseráveis que é o grande sonho do PT. Viramos o candeeiro e derramaram o gás. Esse tipo de mentalidade me faz lembrar que Hitler foi eleito democraticamente, depois é que mudou, porque ele tinha um acerto de contas com o passado, o que levou os alemães a aderirem em massa ao seu projeto suicida. Aqui no Brasil continuamos a ter um acerto de contas com o futuro que nunca chega, na verdade só atrasou com o PT, e que pelo andar da carruagem do segundo turno, parece que teremos que adiar mais quatro anos. Se a campanha do PT era “a esperança que venceu o medo”, agora temos cada vez mais claro, que o medo do totalitarismo nos ronda a todos.
Editado por Adriana às 10/19/2006 09:54:00 AM |
|