por Gerson Faria em Mídia sem Máscara É costume de Frei Betto parafrasear o falecido comunista Prestes, ”estamos no governo, mas ainda não estamos no poder”. O que ele quer dizer é que no poder como deseja, eles poderão fazer tudo aquilo que fazem hoje sendo meramente governo, mas sem que a sociedade venha a saber ou tenha como reagir. Eles escolhem quem é a sociedade e não a sociedade é quem escolhe o governo. Como diria Millôr, “comunista é um tipo de alfaiate que insiste em ajustar o cliente, não a roupa”. Imaginem a liberdade do poder ilimitado pelo qual o Frei reza diuturnamente. O dinheiro não precisará mais ser transportado em cuecas, situação deveras incômoda. Quando a polícia flagrar pessoas carregando malas de dólares, bastará mencionar “sou do partido” e tudo estará resolvido, sem burocracia.
Quando a polícia tiver que investigar o motivo dos assassinatos de prefeitos e suas testemunhas, tudo será facilmente resolvido pois bastará afirmar “é do partido”; o advogado-mor do partido ficará sempre satisfeito e não haverá desperdício com os custos de investigação e punição, que saem caro a uma sociedade já tão espoliada. E mais: Quem gostaria de estar na pele de um Valdomiro, de um Freud Godoy, de um Gedimar sei-lá-o-quê ou mesmo de um Dirceu? Essas pessoas sofrem. Não pense que eles chegaram lá de modo fácil como desde a infância trabalhar, estudar e manter a família simultaneamente. Não, não foi moleza assim não. Muita submissão foi necessária. Muitos favores foram feitos. Muito sapo foi engolido. Nem a língua pátria puderam aprender. Muitas vezes os meninos começaram como carregadores de malas. Das pesadas. E, de uma hora para outra, suas brilhantes carreiras e reputações são destruídas. Essas pessoas passam a ser tratadas como leprosas de Bíblia. Isso não está certo, não é ético. Eles também têm o direito de andar com a cabeça erguida. Frei Betto pensa neles e por eles ora. São apenas meninos aloprados.
Editado por Giulio Sanmartini às 10/19/2006 02:57:00 AM |
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