Por Ronald Pinheiro do blog Orbis Tertius
Denise Frossard trouxe ao debate, no primeiro turno, um debate da mais alta importância: Por quê manter no governo do Estado do Rio de Janeiro o mesmo grupo político que desde 1998 se esmera em dilapidar o outrora grande estado? Por quê dar chance ao continuísmo? Os outros candidatos, nominalmente de oposição, repetiam a mesma pergunta, a cada vez com menos convicção, enquanto o aventureiro e fundamentalista religioso Crivella era merecidamente exorcizado, caindo para a terceira posição na corrida para as Laranjeiras e ficando de fora da decisão.
Veio a Eleição e o resultado: Denise Frossard e Sérgio Cabral se enfrentariam pelo Governo do Rio de Janeiro. Restava saber a posição dos outros candidatos para que os apoios pudessem ser firmados, mas alguns casos já seriam previsíveis: Vladimir Palmeira iria para onde o Apedeuta mandasse, Crivella idem. Mas dada a virulência com que os padrinhos políticos de Sérgio Cabral sempre atacaram o Apedeuta, o mais provável seria que eles ficassem neutros por ordem da "chefia". O surpreendente não é que o Apedeuta tenha declarado apoio a Sérgio Cabral, ou que Crivella (que passou a campanha inteira em cima do muro) tivesse o seguido. Mesmo o caso de Vladimir Palmeira é compreensível, considerando que a esquerda põe a fidelidade ao partido acima até da coerência, especialmente se a "chefia" não tem apreço por aquela. Mas causa espécie que, por diferenças com Cesar Maia (por quem não morro de amores), não se posicionem o PSDB e o PDT do RJ. Pior: Eduardo Paes, presidente estadual do PSDB, que lançou sua campanha mais para dar identidade ao seu partido que para competir "à vera", declarou apoio a Sérgio Cabral independentemente do seu partido. Enquanto isso, Denise Frossard marcha. Continua com a pauta mais urgente para o morador do Rio de Janeiro: segurança, para os moradores de um estado no limite, cuja capital está em guerra civil conflagrada; transparência, para o contribuinte que não aguenta mais ver saqueados seus impostos; investimento em transporte, saúde e educação, para correr atrás do prejuízo causado pelos 'dimenores' que resolveram brincar de governadores e destruíram o Rio de Janeiro. Segue, mas não solitária: tem o apoio de seus eleitores, que a levarão adiante.
Editado por Adriana às 10/18/2006 11:09:00 AM |
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