A farsa grudou de tal maneira que Alckmin teve de negar a eventual venda de estatais se quisesse formar alianças para o segundo turno. O PDT mesmo exigiu tal compromisso. Se o tucano vencer e resolver passar Petrobras, Banco do Brasil e Furnas nos cobres, tem contra si um impedimento moral. Claro que isso não vale de muita coisa, pois FHC pediu para que esquecessem tudo o que escrevera e Lula rompeu com compromissos históricos do PT. Desagradaram e decepcionaram muitos, mas foram em frente.
Assim, enquanto Alckmin perde tempo se explicando para algo que jura que não vai fazer, Lula nada de braçada sem dizer a ninguém a origem do dinheiro do dossiê dos Vedoin. Todos se satisfazem com o fato de ele afirmar que a lambança foi coisa de "aloprados". Tem faltado força à oposição para investir nisto porque perdeu o hábito de estar de fora do poder.
Além disso, carece de base social: não tem sindicatos nem representação forte na máquina pública, ou ainda no ambiente universitário. Como o som não se propaga no vácuo, PFL e PSDB sentem as dores de serem elite e para elas todo o tempo terem trabalhado. O que deram ao povão foi apenas migalha do banquete em que se empanzinaram. Lula tem tudo para ser reeleito mais pelos erros do adversário do que por seus próprios acertos.