Por Giulio Sanmartini. Em princípio o eleitorado brasileiro mostrou um sinal de maturidade em levar a eleição para o segundo turno, pareceu que o eleitor perdeu muito da confiança em Lula, mas ainda quer ver se no tempo entre turnos se consiga apurar algo mais sobre o escândalo do dossiê. Todavia, se fizermos uma analise mais apurada começarão a surgir coisas estranhas e em oposição a uma maturidade política. Dos 513 deputados eleitos 52 (10%) tem problemas: alguns estão sendo investigados pelo Ministério Público como envolvidos na máfia das sanguessugas, ou pelo mesmo motivo, são acusados em Comissão Parlamentar Inquérito, outros respondem processo na justiça e finalmente tem aqueles que estão envolvidos no mensalão. Dos 26 estados, mais o Distrito Federal somente 6 (22%)estão com seus deputados limpos.
O ex deputado Severino Cavalcanti, que foi obrigado a renunciar à presidência da câmara e ao cargo eletivo, por corrupção comprovada, teve em Pernambuco 53 mil votos e felizmente não foi eleito. Em Alagoas o declarado ladrão Fernando Collor de Mello foi eleito senador com 550 mil votos num universo de 1.250 mil eleitores. Em São Paulo, os 4 deputados com maior número de votos são: Paulo Maluf (740 mil) ladrão que esteve preso pelo fato; Celso Russomano (573 mil) responde processo na justiça; Clodovil 493 mil), se diz estilista, mas ao que parece deixou de sê-lo há algum tempo, passando a trabalhar como apresentador de televisão, sua fama provém da falta de compostura com que trata seus convidados e o público e finalmente ele, o psicopata Enéas (386 mil). No Pará o deputado com maior número de votos foi o ladrão confesso Jader Barbalho com 311 mil votos num total de 3.126 mil. Rio de Janeiro, felizmente o mais votado foi Fernando Gabeira, probo, inteligente e trabalhador com 293 mil, mas acompanhado bem de perto do escolhido por Garotinho, que atende pelo apelido de Pudim (272 mil). Um deputado federal, de um importante estado como o Rio de Janeiro, ter como segundo mais votado Pudim, é simplesmente obsceno. Bem chega, que se não a coisa piora, parece que a maturidade política é mais ou menos, mais para menos.
Editado por Giulio Sanmartini às 10/02/2006 05:58:00 PM |
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