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...E A JUIZA ATRAPALHOU-SE
Por Giulio Sanmartini
Contava-se a história de uma pessoas que estava no teatro assistindo a um musical e reclamava da qualidade da peça em voz alta. Um cavalheiro que estava do lado, diz-lhe:
- Quem está cantando é minha mulher.
- Estou falando da qualidade de música – replicou tentando consertar a gafe.
- É de minha autoria – completou o cavalheiro.
Pois é, a juíza aposentada e candidata ao a governo do estado do Rio de Janeiro nesse segundo turno Denise Frossard, deu uma mais ou menos igual ao declarar cheia de raiva o apoio de Garotinho a Geraldo Alckmin: “Alckmin não gosta do Rio, constatei isso ontem. Não gosta daqui e deve preferir São Paulo, o que é natural, tendo nascido em Pindamonhangaba. Meu voto para presidente é nulo. Vou anular.”.
Quer dizer que os eleitores do estado que fizeram de Garotinho governador e também sua mulher Rosinha (no primeiro turno) não gostam do Rio? Depois pega muito mal uma ex magistrada fazer a apologia do voto nulo, ainda mais quando é parcial, pois não votará nulo onde ela é candidata.
Como se não bastasse quando foi emendar piorou: “Garotinho, Rosinha e Cabral fazem parte da política da malandragem e estão tentando dar o golpe em Alckmin, que é de Pindamonhangaba e não entende nada do Rio.” Quer dizer que Alckmin pelo fato de ter nascido em Pindamonhangaba e ter começado nessa cidade sua vida política é um ingênuo, um provinciano ou um caipira?
Perto do Estado que ele governou por quase dois mandatos, provinciano é o carioca e o fluminense. Não podemos esquecer que os grandes políticos do século XX, nasceram no interior: Getulio Vargas, São Borja (RS); Juscelino Kubitschek, Diamantina (MG); Carlos Lacerda, Vassouras (RJ); Jânio Quadros, Campo Grande (MS); Magalhães Pinto, Santo Antônio do Monte (MG), Milton Campos, Ponte Nova, (MG); Jaurez Távora, Jaguaribemirim (CE); José Américo de Almeida, Areis (PB). Vou parar por aqui, pois a lista seria interminável e ao que me consta nenhum dele era um caipira, um matuto.
Para finalizar acrescenta não declarar seu voto, por se reservar "o direito ao voto secreto". Ora o voto secreto existe para impedir que os mais vulneráveis sejam coagidos pelos mais fortes. Vulnerabilidade política é o que a candidata não tem mesmo, pela sua estrutura profissional e por seu destemor em botar na cadeia os piores bandidos do Rio de Janeiro. Ela está é se omitindo, não pode votar nulo, voltar atrás e apoiar Alckmin ser-lhe-á muito custoso e muito menos poderá votar em Lula, que está muito próximo aos facínoras que ela prendeu.
Post-scriptum: Tinha já fechado a matéria quando leio que Denise Frossard, tinha voltado atrás e se comprometeu a voltar em Alckmin. Tudo como o título da comédia de William Shakespeare – Much ado about nothing (Muito barulho por nada).


Editado por Giulio Sanmartini   às   10/06/2006 08:14:00 AM      |