Por Miriam Leitão em O Globo O segundo turno das eleições presidenciais se deve principalmente aos erros cometidos pelo governo na reta final da campanha. O primeiro erro foi o excesso de auto-confiança. No futebol e na política, o vencedor de véspera corre riscos, como bem viu a seleção brasileira no Mundial de 2006 e como viu agora o presidente Lula. O segundo erro foi o dossiê. O envolvimento de dirigentes do comitê de campanha da reeleição do presidente Lula e do coordenador da campanha do PT em São Paulo trouxe de volta à memória de parte do eleitorado todas as denúncias do mensalão, dinheiro na cueca, caixa dois e pagamento de Duda Mendonça em contas no exterior. O terceiro erro foi a não ida ao debate. Como disse aqui o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, o não comparecimento iria tirar dele votos decisivos. Uma eleição que parecia morna e sem emoções acabou trazendo surpresas e sustos. Na Bahia, a maior alegria do PT: vencer as forças que pareciam invencíveis do carlismo. No Rio Grande do Sul, alegria dos tucanos: uma mulher, do PSDB, vence as duas forças que sempre se alternaram no Rio Grande do Sul, o PT e o PMDB.
Editado por Giulio Sanmartini às 10/02/2006 12:52:00 PM |
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