Por Nonato Cruz na Tribuna da Imprensa E o Deputado Miro Teixeira? De traidor a moralista, carreirista por vocação. Traiu Chagas Freitas, em 1982, que o inventou, no afã de vencer a eleição do Brizola. Não venceu. Desistiu, então, de o enfrentar. Aderiu ao PDT e a Brizola. No princípio (1983), chegou a ser recusado. O ex-Deputado Carlos Alberto Oliveira, Caó, que conte a vassalagem do Miro, aquela época. Caó comandou a reação ao invasor-pretencioso. Mas, Brizola acabou seduzido, acolhendo Miro, depois que ele se afastou, seduzido pela Nova República, de Sarney (Tancredo já tinha morrido!) - acabando Secretário-Geral do Ministério da Administração, indicado pelos filhos do Ministro Aluízio Alves, seus amigos. Afastou-se, em 1984, elegeu-se Consituinte, em 1986, na onda do Plano Cruzado. Mas, regressou, entre 1988 e 1989, certo de que Brizola retornaria ao Governo do Rio, em 1990. Como, de fato, retornou! Foi a festa do Miro: havia promovido cerca de 15 mil nomeações, durante os dois governos de Chagas Freitas. Promoveu mais admissões, mas - acima de tudo- promoveu seus antigos contratados, na Era Chagas (1971-1983), que comandou. Chegou ao cúmulo do atrevimento, quando conseguiu ser candidato à Prefeitura do Rio, levando uma surra. Obteve praticamente a mesma votação obtida como candidato a deputado federal, dois anos antes. Cerca de 200 mil votos.
Com Lula no poder - indicado por Brizola e o PDT - acabou Ministro das Comunicações. Na realidade, havia sido indicado pelos amigos, José Dirceu e José Genoino, com o apoio da Rede Globo, e não escondeu isso quando não acompanhou Brizola, na divergência quanto ao Programa Econômico do governo Lula. Começou a evitar e fugir de Brizola, que retrucou, retirando-lhe seu apoio. Foi para o Partido dos Trabalhadores - o PT: acabou rejeitado! Mudou-se para o PPS, linha-auxiliar dos tucanos seus amigos, Fernando Henrique Cardoso, e o compadre Nelson Jobim (fututo ministro de Lula), segundo se comenta nos arraiás do governo. Mas, não se sentiu em condições de iludir seu eleitorado, uma vez mais, num partido neo-tucano, o seu PPS, que acabou abandonado. Seduziu o amigo ingênuo, Carlos Lupi, e retornou ao PDT, com Brizola provavelmente remoendo-se no túmulo. Foi ato ousado, cínico, mas pensado, urdido nos mais profundos mecanismos de preparação de candidato oposicionista ao Senado, nas duas vagas, na representação do Rio, em 2010. E já disparou os mecanismos para a celebridade na pregação moralista, que conquista amplas simpatias, ainda mais neste momento. Pretende-se ser o novo Carlos Lacerda - vil projeto! - numa época em que seu passado parece já esquecido! E espalha seu projeto - dispersivo dos temas palpitantes em prol de um Brasil mais justo. Quer impedir que candidatos processados, sejam impedidos de disputar a eleição, liminarmente, sem direito a ampla defesa. Como mandam a Constituição e as leis deste País! O imoral da era chaguista, varrido da linha de Frente das eleições de 1982 - disputada por Brizola e Moreira Franco - agora é o falso moralista, de 2006. Aposta na falta de memnória da opinião pública quanto à sua atuação na Câmara dos Deputados, de 1971 a 1983, como vassalo da ditadura, na côrte do General Figueiredo, pela mão do compadre, major Heitor Aquino. Que não escondeu toda a sua surpresa, em 98, quando Miro rompeu com a "comunidade de informações" propondo até uma virada de mesa...
Editado por Giulio Sanmartini às 9/08/2006 03:20:00 AM |
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