por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa BRASÍLIA - Que o presidente Lula continue escorregando em seus improvisos, já nos acostumamos. Faz parte da essência dele falar o que lhe vem à cabeça, mesmo algumas bobagens. Na semana passada, no entanto, ultrapassou limites anteriores. Em São Paulo, ao receber um grupo de médicos, entre os quais se encontrava o dr. Adib Jatene, comentou o presidente que "na mão do dr. Jatene, todo mundo morre satisfeito, mesmo que ele tenha cometido um erro". Imaginando estar elogiando o incomparável médico, Lula praticou uma ignomínia. O comentário repercutiu no Congresso, sexta-feira. No Senado, Heráclito Fortes protestou, apoiado pela senadora Heloísa Helena e outros senadores. Não se viu um companheiro do PT para defender o chefe do governo. O dr. Jatene merece respeito. Foi, de longe, o melhor ministro da Saúde de que o País dispôs, tanto no apagar das luzes do governo Fernando Collor quanto no primeiro mandato de Fernando Henrique. Pediu exoneração quando o governo desvirtuou a CPMF, desviando para pagar juros da dívida externa recursos que seriam exclusivos da saúde pública. Não dá para um presidente desconhecer que o dr. Jatene perde o sono e a tranqüilidade quando perde um paciente. Como fica pior ouvir que um só cidadão poderá morrer satisfeito, se tiver sido atendido pelo dr. Jatene. Tudo tem limite. Como disse o senador Heráclito Fortes, será capaz de morrer satisfeito aquele que tiver sido eleitor do PT...
Editado por Giulio Sanmartini às 7/03/2006 05:00:00 AM |
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