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Plus ça change
PLUS ÇA CHANGE ...

Ralph J. Hofmann – 21/07/06

Plus ça change, plus ça reste la même merde.
( Quanto mais as coisas mudam mais permanecem a mesma merda)

Frasezinha boa essa dos franceses. 

Trocaram o nome do DAC – Departamento de Aviação Civil para ANA – Agência Nacional de Aviação, donde podemos supor que a Agência Nacional de Água – ANA  devera ter seu nome trocado para outra coisa como Agência Nacional dos Líquidos Não Inebriantes – ANLI . 

Não confundam minha bronca o pessoal da futura ANLI.  Sei que até pouco tempo atrás estavam realizando bem um trabalho vital de garantir o uso racional da água e celebrando acordos entidades congêneres dos países vizinhos.

Minha bronca é com a nova ANA.  Eu acreditava que essa antigamente conhecida por DAC após muitos anos havia aprendido a lição de que sua função não era apenas monitorar a operação da aviação civil,  mas como qualquer autoridade de aviação, teria também de zelar pelos direitos do consumidor dos serviços de aviação.

Uma noite em 1986 durante uma FENIT eu estava esperando chamarem meu vôo para Joinville. Após três horas de atraso avisaram que o vôo não sairia aquela noite, estava cancelado por motivos técnicos.  Fui ao balcão da Rio-Sul e perguntei onde estavam meus "vouchers" para jantar, taxi, para que hotel estavam me mandando, etc. 

Fui informado de que meu vôo era de São Paulo a Joinville.  Como o avião não decolara eu estava por minha conta. Apenas teriam obrigação de me socorrer se eu estivesse pegando um vôo de conexão. Também não podiam me garantir uma viagem na manhã seguinte. Eu teria de entrar na lista de espera.

 Ponderei que não era residente de São Paulo, não tinha para onde ir e que minha passagem era Joinville/São Paulo/Joinville, donde eu na verdade estava na metade da viagem que me fora vendida pela Rio-Sul.  Em plena FENIT não havia vagas nos hotéis conhecidos. Pedi para desde já me colocarem em lista de espera para os primeiros vôos do dia seguinte. Isso não podia. Só podiam criar uma lista de espera uma ou duas horas antes do vôo.

Furioso fui ao DAC registrar uma queixa.  Descobri que esse realmente era o regulamento. Ou eu encontrava um hotel ou dormia no saguão. Se eu tivesse sorte poderia chegar em casa dentro de um dia ou dois.

Não interessa como cheguei em casa, mas na semana seguinte a empresa onde eu trabalhava e as outras empresas de grande porte de Joinville garantiram um número mínimo de passagens à TAM que veio a ocupar um espaço bastante importante do feudo regional da Varig/Rio-Sul.

Descubro esta noite que os aeroportos, cheios de passageiros "viúvas" da VARIG não garantem alojamento senão a passageiros com conexão. Uma senhora residente na Europa reclamava que passara dois meses no Brasil e que não estava em seus planos ficar mais alguns dias num hotel e que como não estava em vôo de conexão deveria passar um número desconhecido de horas, dias, semanas no saguão do aeroporto. E a ANA (de aviões não de líquidos) confirma essa regra. Nossas autoridades continuam preocupadas com regulamentar tudo menos o bem estar do usuário.

A troca de nomes não melhorou o DAC neste sentido. Também imagino que esses passageiros não retornarão à VARIG jamais e recomendarão a todos que  conheçam que não o façam.

Quanto à ANA.  Sugiro que volte a se chamar DAC, um bom e tradicional nome, e que a ANA de águas defenda o uso dessa sigla, a que já deu uma boa reputação. Sugiro também que não se crie uma Agência Nacional do Álcool – ANA.  Imagine se os pinguços tivessem de registrar as caipirinhas tomadas junto  a este órgão.  Que dificuldade!



Editado por Adriana   às   7/22/2006 01:02:00 AM      |