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UM CONGRESSO SUÍCIDA
Por Villas-Bôas Corrêa em A Voz da Serra
A divulgação da lista dos 57 deputados federais e um senador, por enquanto resguardados com a ressalva de suspeitos de envolvimento com a máfia das sanguessugas que opera com o superfaturamento de ambulâncias, é de uma tal gravidade como ameaça às eleições de 1º de outubro que reclama os cuidados de cautelas excepcionais.
Trata-se do maior escândalo de corrupção desde a redemocratização, em 1945, superando a gatunagem dos anões do Orçamento e dos mais recentes escândalos do mensalão e do caixa dois da era do presidente-candidato Lula.
As suas conseqüências não podem ser corretamente avaliadas antes que a CPI passe o pente fino e da última palavra do Supremo Tribunal Federal (STF) – que autorizou a publicação dos nomes do quadro de honra dos suspeitos, alertando que ninguém ainda podia ser qualificado como acusado.
Chegamos às últimas reservas de indignação, de nojo e de desengano. E é este compreensível estado de espírito coletivo que necessita ser revertido no esforço de mobilização do eleitorado para a reação do voto de raiva, que exploda nas urnas para a varredura do lixo que empesteia o Congresso com o laço no pescoço à espera do empurrão.
O eleitor sente-se como órfão abandonado na sarjeta. De um lado, o comando do petista elabora o decálogo pusilânime para engessar o presidente-candidato na campanha insossa e gelada, com expressa recomendação para evitar situações de risco; fugir da imprensa, driblar entrevistas; só abrir a boca para falar sobre temas positivos: nada de debates com adversários – tudo para “esfriar a campanha, participando de poucos atos públicos, pois uma disputa acirrada e dinâmica só interessa aos adversários”.
Com o susto da divulgação da cartilha de fujão, o PT caiu em si e apelou para o clássico desmentido. Apenas um disfarce. Pois os mesmos conselhos escapistas têm sido sustentados por lideranças do partido em declarações públicas.
De resto, ninguém conseguirá deter a exuberância oratória do candidato há meses em campanha carimbada de informal, com o uso e abuso dos privilégios do cargo e até o Aerolula à disposição. No mais, será a toada da campanha e o balanço das pesquisas que determinarão as correções na rota.
O eleitor não deve cair no logro da afobação. Daqui até outubro, com o horário eleitoral de 15 de agosto até 28 de setembro, a panela da podridão será mexida e remexida pelos candidatos. E, com o encerramento da fase preliminar de apuração do pacote de denúncias pela CPI e pela Justiça, a listagem dos enterrados no lodaçal até o gogó será expurgada dos possíveis inocentes para que o joio pouse no fundo para a expulsão pelo voto.
O volume da roubalheira, agravada com a repugnância pela sordidez do desvio de verbas orçamentárias para a compra de ambulâncias, de equipamentos médicos, de ônibus equipados de computadores para o Programa de Inclusão Digital ou para o transporte de escolares precisa ser orientada para o exemplar castigo da cassação de futuros mandatos pela recusa do voto.
E se a primeira relação divulgada dos suspeitos confunde o eleitor com 58 nomes, quase todos de desconhecidos, na verdade a cada um dos votantes vai realmente interessar a identificação dos mafiosos do seu estado e seus respectivos partidos.
Do rol conhecido escapou miraculosamente o PT; freguês de caderno das pilantragens do caixa dois, do mensalão e outras trapalhadas.


Editado por Giulio Sanmartini   às   7/21/2006 04:21:00 AM      |