Por Giulio Sanmartini Bruno Maranhão, o grande condottiere (*) do Movimento de Liberação dos Sem-Terra (MLST), o impostor que mistura marginalidade, vandalismo e caquexia num único balaio, dá a seguinte declaração: “A nossa relação (com Lula) foi construída na luta, na ética. Mais do que nunca, eu vou apoiar e fazer campanha para ele. Sei que a direita vai usar meu nome para desgastar Lula, mas o povo não vai levar em conta essa baixaria”. Se o povo vai levar em conta não se sabe, o que se sabe é que ele esqueceu de combinar com o Partido dos Trabalhadores (PT) e este, que efetivamente não é a direita, tem certeza que sua presença vai desgastar o candidato Lula. Por isso barrou sua presença na lista dos que estarão no palanque do presidente da República montado em Recife, onde terá início a campanha (dessa vez legal) para a reeleição. Bruno ao saber do fato deu uma de João Sem-Braço: “Tenho pique e sei agitar politicamente, mas preciso saber se vou ajudar ou não”. E a baixaria da direita onde é que fica? Para não perder a viagem, Maranhão aproveitou para atacar o candidato da oposição Geraldo Alckmin, acusando-o de ser o responsável pela bandidagem que grassa em São Paulo. O condottiere sabe mas não lhe interessa dizer, que esse estado de coisas tem outros motivos. Tudo começou com Leonel Brizola, que associou-se ao crime organizado para poder ser eleito governador do Rio de Janeiro (1982) e já no governo prestigiou o baditismo em detrimento da polícia. O fato logo espalho-se por todo o país como se fosse a peste negra medieval. A corrupção começou a imperar entre os que deveriam ser as forças da ordem e assim continua até hoje. Todavia o fato mais importante do crescimento e ousadia das organizações criminosas está na impunidade. Não dos bandidos, mas dos políticos declaradamente corruptos, haja vista a prepotência com que o facínora Marcola tratou um deputado. Ele mesmo, Bruno Maranhão, é um exemplo recente da impunidade, no dia 6 de junho comandou um grupo que invadiu a Câmara dos Deputados em Brasília, estes pareciam um horda de hunos, por onde passaram deixaram destruição e feridos. Preso junto com alguns de seus asseclas, foi denunciado pelo Ministério Público nos seguintes crimes: formação de quadrilha, lesões corporais graves e leves, danos ao patrimônio público e resistência qualificada. Maranhão teve ainda as agravantes de não ser primário e de ser o autor intelectual da invasão. A Justiça Federal mandou soltá-lo (18/7), responderá ao processo em liberdade. Há algum tempo li que uma mulher furtou um frango para matar sua fome e de seus filhos, presa ficou meses na cadeia. O crime só compensa para os políticos, os bandidos para agir, passaram a usar meios análogos, começando por comprar as autoridades. Esse é atualmente o país que um dia foi classificado como sendo “do futuro”. O futuro ao que tudo indica se apresenta negro. (*) A atividade de condottiere pertence à Idade Média italiana, era um aventureiro mercenário, que vendia o serviço de seus soldados a quem pagasse mais. Freqüentemente, no peso do dinheiro que lhe era dado, mudava de lado no meio de uma guerra.
Editado por Giulio Sanmartini às 7/21/2006 12:58:00 PM |
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