Por Jayme Copstein (*)
Jornalistas de rádio e de tevê não podem falar em eleições. Os da mídia impressa, podem. Os políticos demagogos e desonestos gostam disso. A despeito de todos os números proclamados ao universo, 75% por cento do eleitorado brasileiro são de analfabetos autênticos ou analfabetos funcionais, aqueles que sabem ler, mas não entendem o que lêem. Se pudessem ouvir pelo rádio ou assistir na tevê o que apenas se escreve, a sobrevivência da máfia parlamentar estaria ameaçada. Mais do que uma legislação antidemocrática, é uma malandragem nascida naqueles tempos de triste memória de Zé Sarney, cujo governo pôs na lata do lixo decênios da história brasileira. Para assegurar o quinto ano do mandato, Sarney distribuiu a torto e a direito, mais aos tortos que aos direitos, concessões de rádio e de tevê. Assegurou a gratidão dos agraciados, os perpetuou em seus feudos eleitorais, mas necessitou tapar-lhes a boca. O exemplo frutificou e por isso há sérias dúvidas de quem está realmente chefiando o governo brasileiro. Funcionários do Ministério das Comunicações não comentaram se o estilo é o de Zé Sarney. Apenas manifestaram perplexidade com a farta distribuição de canais de rádio e de tevê, recentemente, a pastores evangélicos e a políticos aliados. Comentaram que a comunicação eletrônica no Brasil era altar ou palanque. Sobrou para os jornalistas da mídia eletrônica.
Editado por Adriana às 7/11/2006 01:10:00 AM |
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