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MEU CANDIDATO À PRESIDÊNCIA
por Leila Cordeiro em Direto da Redação
Pode ser magro, gordo, alto ou baixo, não importa. O que importa é que ele tenha uma postura digna de quem vai governar um país de quase duzentos milhões de habitantes precisando de tudo. Não tem nada a ver com “ser elegante”, até porque um dos princípios básicos da elegância é justamente a simplicidade. Quando eu digo postura tem a ver com honestidade, caráter e principalmente vontade de governar para o povo e não para si mesmo.
Quando subir ao palanque para fazer discursos que o tom seja verdadeiro, não o eleitoreiro. Que esqueça as falsas promessas no baú empoeirado da velha politicagem brasileira, onde os caciques e coronéis de sempre mandam e desmandam, criando suas próprias leis e elegendo seus cupinchas num patriarcado nocivo à nação.
Meu candidato tem que assumir o compromisso de aplicar um tratamento de choque urgente e imediato para melhorar as condições de vida de milhões de brasileirinhos carentes de bons hospitais e boas escolas. Para isso, ele deverá descentralizar o poder imperial que o presidente possui hoje. Dividir com estados e municípios a responsabilidade de melhorar a qualidade de vida de gente que não tem acesso às mínimas condições de sobrevivência. O governante deverá entender que a população carente não dá ibope porque não tem acesso à mídia, mas a verdadeira democracia não pode conviver com um quadro social tão injusto como esse que o Brasil testemunha há décadas.
Décadas de assalto ao dinheiro público, desviado para cofres particulares ou contas no exterior. Quantas escolas e hospitais não teriam sido construídos com o montante incalculável subtraído dos impostos recolhidos com enorme sacrifício pelo contribuinte brasileiro. Quantos programas de saneamento básico ou moradias poderiam ter melhorado a vida da população excluída?
O meu candidato à presidência terá que batalhar por uma reforma política que acabe com as legendas de aluguel e impeça o troca-troca de partidos, grandes culpados da corrupção que impera no poder legislativo. Uma reforma que tenha por base permitir que o governo não tenha que vender a alma ao diabo em alianças esdrúxulas para poder aprovar medidas de interesse público.
Por último, talvez o mais importante e nevrálgico ponto, o meu candidato à presidência terá que assumir o compromisso de enfrentar pra valer a questão da segurança nas grandes cidades brasileiras. Para isso, não basta equipar nossas polícias com o mais moderno armamento e aumentar o número de homens. É preciso ir fundo nas causas da violência crescente e desmoralizante do sistema de segurança, como está acontecendo em São Paulo, onde seis agentes penitenciários foram fuzilados nos últimos dias pelo crime organizado. Na raiz de todos os males está a desigualdade social que terá que ser combatida pelo meu candidato a presidente desde o primeiro dia do mandato.
Talvez você, leitor (a), esteja pensando aí com seu botões: “a colunista está viajando, esse candidato não existe”. Pode ser, mas não custa continuar lutando e tentando. Quem sabe um dia a gente acerta?



Editado por Giulio Sanmartini   às   7/10/2006 08:46:00 AM      |