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CONTRAPONTO AMBIENTAL
Por Onofre Ribeiro
Saiu ontem na imprensa, sem maiores destaques, uma informação preciosa, num momento importante. Organizações não-governamentais dedicadas è preservação e conservação do meio ambiente no mundo, como a Conservation International (CI), World Wildelife Fund for Nature (WWF), elogiaram, em Washington, as ações desenvolvidas pelo estado de Mato Grosso para a preservação do meio ambiente, redução dos desmatamentos e controle das queimadas. O elogio deu-se durante visita e após exposição dos temas pelos secretários Cloves Vettorato e Luis Henrique Daldegan e da demonstração dos sistemas integrados usados no estado.
O sistema integra a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, o Ibama, os Ministérios Públicos estadual e federal, por meio de monitoramento por satélite e pode detectar em tempo real as transgressões ambientais.
Importante registrar que o diretor da Conservation International, John Buchanan, surpreendeu-se com a informação de que a soja só ocupa 1,2% da Amazônia e que ela está preservada em 90,5%. “O mundo não tem informações sobre a realidade dos fatos e a maioria das vezes são manipulados ou fora da realidade”, admitiu.
A informação torna-se particularmente importante porque pode desarmar um perigoso gatilho armado na semana passada, por adversários de respeito. A BBC, de Londres, divulgou que empresas como McDonald’s, Waitrose e Asda (duas das maiores cadeias de supermercados britânicas) e grandes grupos empresariais da França, Alemanha e Bélgica, aderiram ao movimento do Greenpeace e não vão mais comprar soja oriundas de áreas desmatadas na região amazônica.
Em conseqüência, entidades que congregam as principais multinacionais em atuação no país, que esmagam e comercializam soja, anunciaram ontem a implantação de um programa de governança que objetiva a não-comercialização da soja da safra que será plantada a partir de outubro de 2006, oriunda de áreas que forem desmatadas dentro do bioma amazônico. Em suma, as principais trades declararam moratória à soja que for produzida no bioma a partir deste novo ciclo 2006/07.
Ontem, a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso – Aprosoja, divulgou uma nota de três pontos, onde afirma: 1) Repudiamos o desmatamento ilegal tanto da Amazônia quanto do Cerrado. Respeitamos a legislação ambiental vigente. 2) Repudiamos o uso de trabalho escravo em todos os setores da economia. 3) Respeitamos a decisão soberana dos consumidores mundiais. Entendemos que não há produção sem consumo.O setor reitera sua disposição em contribuir com a preservação do meio ambiente e com a dignidade nas relações de trabalho no Brasil e no Mundo.
O Greepeace usou o relatório “Comendo a Amazônia” para justificar o boicote. A reação em Mato Grosso já começou, mas o que está claro, é que vai deixar muitos problemas pelo caminho. Voltarei ao assunto.


Editado por Giulio Sanmartini   às   7/26/2006 08:30:00 AM      |