Uma das poucas vozes sensatas nessa guerra mais que estúpida entre judeus e palestinos, tem sido, o jornalista inglês Christopher Hitchens, que é o entrevistado de Veja esta semana, nas páginas amarelas. Recomendo. Hitchens, polemista feroz, levanta questões cruciais sobre o tema, e ele entende do que fala. Israel não era para ter nascido, afirma Hitchens. Concordo com ele. Nasceu. Vai continuar. E aquilo não é vida. Não se pode viver cercado de inimigos. A grande filósofa Hannah Arendt acreditava ser possível diálogo. Não é. Foi uma de suas poucas falhas como analista de alto calibre. Não é possível diálogo em um mundo envolto em radicalismo. Quem imagina que apenas o movimento Hezbollah é radical e inimigo da civilização, desconhece os judeus radicais. Para esses, e são inúmeros e com influência, Israel hoje, não é mais um estado religioso, e sim, corrompido pela civilização que usa biquíni nas praias, sendo um estado pérfido. É essa gente, também, que luta contra os fanáticos terroristas libaneses do Hezbollah. Como diz Hitchens, sendo forcado a escolher entre os terroristas e Israel, fico ao lado de Israel. A pior das escolhas ainda é melhor que o Hezbollah. Guardando as proporções, é como ter que escolher entre Heloisa Helena e Lula. Quem é pior? Por falar nisso, está impecável o artigo de Roberto Pompeu de Toledo também em Veja desta semana. Recomendo também. A questão por trás de disputas como a dos palestinos e judeus, envolve questões freudianas. Ninguém como Freud abordou o tema da agressão humana como ele. Não saída possível para o impasse. Se alguém “dançar” claro que não irá ser os judeus. Mas não vejo solução pacifica.
Editado por Adriana às 7/24/2006 06:46:00 PM |
|