Por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa Em uma semana assiste-se à profunda mutação na estratégia do PT. Dos dez mandamentos elaborados pelo partido para esconder e calar Lula como candidato à reeleição, a cúpula petista passou para o extremo oposto. Claro que ajudada pelos marqueteiros, inconformados com a sugestão de silêncio. Que fator levou os dirigentes do PT a dar a volta de 180 graus em suas recomendações ao presidente? Pelo jeito, a inexorabilidade das pesquisas, que já não mostram mais Lula vencendo no primeiro turno. E não apenas pelo crescimento de Geraldo Alckmin, mas, em especial, pelos pulos que vem dando a senadora Heloísa Helena. Ela começou com 2%, foi a 6%, alcançou os 10% e esta semana atingirá 15%. Ignora-se a extensão da escalada, ou até se a candidata estancará no último patamar referido. De qualquer forma, Heloísa Helena assustou o PT, e por razão simples: o partido e o seu candidato estão separados por quilômetros de distância. Se a vitória de Lula ainda é imaginada com tranqüilidade, mesmo que aconteça no segundo turno, são sombrias as perspectivas de o PT situar-se como a maior bancada na Câmara Federal, como aconteceu em 2002. Dos 91 deputados que elegeu naquele ano, talvez não chegue a 50, agora. E se a candidata do Psol começa a erodir o próprio presidente, imagine-se os efeitos no partido do Delúbio. De qualquer forma, a palavra de ordem mudou: agora é expor Lula ao máximo e tentar agarrar-se à cauda do cometa, rezando para que não queime demais...
Editado por Giulio Sanmartini às 7/24/2006 02:23:00 AM |
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