por Onofre Ribeiro Este é o penúltimo artigo desta série de cinco, que se encerra amanhã. O que ficou evidente em todas as manifestações recebidas e nas conversas decorrentes, é que as incertezas sobre o futuro próximo são recorrentes, tanto entre jovens como entre adultos. Mas, do mesmo modo, não há desesperança. O que há mesmo, são dúvidas. E as dúvidas sempre foram irmãs gêmeas do Homem na sua trajetória histórica. Contudo, reproduzo algumas boas reflexões entre as recebidas. “Somos seres sócio-históricos, seres constituídos por mudanças. De fato, esse é um “fantástico movimento de valores” que se origina das exigências sociais e pede outras atitudes do homem, em todas as esferas da vida.As mudanças sempre ocorreram. Porém, hoje, elas são mais visíveis e se dão em maior velocidade, devido às novas tecnologias que têm encurtado espaços e tempos. Mas, uma observação é importante, as percepções sobre essas transformações não se dão igualmente para todos. Mesmo sendo globalizados, temos uma diversidade de olhares sobre o mundo, por causa das distintas vivências e experiências. Por isso, não só os conceitos, mas, essencialmente, os nossos papéis sociais mudaram, estão mudando e mudarão. È possível que aquilo que vemos não seja o mesmo que o outro vê. Não esperemos por identidades estáticas, até mesmo as institucionais. Ao contrário, é necessário enxergarmos que vivemos num mundo plural, no qual encontramos muitos jeitos de ser: ver, pensar, amar, trabalhar, orar, meditar, louvar, politicar, etc.. Não há lugar(es) para valores universais e verdadeiros. Ou melhor, o único valor universal e verdadeiro é que há transformações e que deve haver dignidade e ética. Necessitamos urgentemente desse valor nas inter-relações, principalmente nas políticas partidárias. (...)Estamos eternamente nesse turbilhão de mudanças. Aprendamos a conviver com ele”. A avaliação é dos professores Ismar Inácio (ex-Unemat-Cáceres) e Eva Silva (Unemat-Barra do Bugres). Por fim, o jornalista Antonio Peres Pacheco encerra as observações: “Nossos filhos, os jovens, não se sentem parte e nem responsáveis por qualquer coisa que seja nesse mundo em tudo transitório, em mutação. No extremo, chegam mesmo a acusar-nos, os pais, de sermos irresponsáveis por tê-los trazido à vida nesse mundo caótico. Para eles, já é demais ter que compreender questões como fato de uns ter aparelho de telefone celular de última geração e outros nem saber o que é a internet. Como outros tantos que aceitaram a sua provocação, também eu tento compreender pelo menos alguns determinados recortes desse mundo-mutante contemporâneo. Confesso que tenho colhido mais fracassos que sucessos nesse esforço. No futuro, talvez, os sociólogos classifiquem esse tempo que vivemos com um rótulo do gênero "Era das Angústias Insolúveis" ou "Século da Maturação Pós-Moderna". Nós, é certo, passaremos sem compreender e sem ver, a sociedade que estamos produzindo”. Por fim, antes de encerrar esta série de proposições acerca das transformações, reproduzo trecho dos professores da Unemat, já citados: “é certo que há transformações acontecendo em nossa atual época - urbi et orbi. Somos seres sócio-históricos, seres constituídos por mudanças. De fato, esse é um “fantástico movimento de valores” que se origina das exigências sociais e pede outras atitudes do homem, em todas as esferas da vida”.
Editado por Giulio Sanmartini às 7/23/2006 03:48:00 AM |
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