por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Não apenas São Paulo, muito menos só Brasília, mas o País inteiro exige a apuração das graves insinuações de líderes do PFL e do PSDB sobre a existência de ligação entre PT e PCC. Não dá para empurrar debaixo do tapete o que disseram Jorge Bornhausen, José Jorge, José Serra e Geraldo Alckmin, entre outros, colocando sob suspeita o partido do presidente dos atos de barbárie praticados em São Paulo por bandidos encarcerados e em liberdade.
O presidente Lula reagiu, dizendo que leviandade tem limites, mas, acima e além de sua indignação, é preciso apurar. Se houver um pingo de verdade, a conseqüência natural tem que ser a imediata reunião do Congresso para deliberar até mesmo sobre o impeachment do chefe do governo. Mas caso tudo se resuma a expedientes eleitorais, o mínimo a esperar será a responsabilização judicial dos acusadores e a cassação do registro dos que forem candidatos às eleições.
Chegamos a um ponto onde não pode haver meio termo. Quem poderia apurar essa denúncia escabrosa? A Polícia Federal, o Ministério Público, o Poder Judiciário, os serviços de inteligência das Forças Armadas, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Associação Brasileira de Imprensa e entidades da sociedade civil. Dizer que tudo terminaria em inconseqüentes reuniões de representantes dessas instituições seria reconhecer a falência da nação.