Por Jayme Copstein - Rádio Gaúcha – Chamada Geral Segunda Edição
Será a guerra moderna uma batalha de relações públicas em que se contam, para ganhar a simpatia da opinião pública mundial, apenas os inocentes do nosso lado – as nossas crianças, mulheres, velho e doentes – imolados pelos erros do adversário? É como se tudo tivesse começado naquele momento em que os habitantes de um prédio residencial na aldeia libanesa de Qana foram trucidados pelo bombardeio israelense. O que pode ter acontecido momentos antes, quando uma plataforma móvel de lançamento de mísseis foi levada para o prédio, para atrair a mira automática e precisa dos radares, não está sendo contado. É como se tudo tivesse começado, naquele momento, em que aquelas crianças foram estraçalhadas e não há décadas, com homens-bombas em ônibus que levavam crianças israelenses para a escola, e até crianças-bombas, como a foi explodida em uma lancheria de Tel-Aviv, onde um adolescente de 13 anos comemorava com a famílias e seus amigos o bar-mitzvah, a maioridade judaica. Isso não está sendo mais contado. Naquele exato momento, um plano de paz, prevendo a reparação dos danos da guerra, a normalização de relações entre Israel e o Líbano, porém com o desarmamento do Hizbollah, havia sido concertado por Condoleezza Rice e aceito pelo governo de Tel-Aviv. Seria submetido em seguida ao governo de Beirute. Só que o Hizbollah não podia aceitá-lo. Daí, a plataforma de lançamento de mísseis no prédio residencial de Qana. É o que ainda não foi contado.
Editado por Adriana às 7/31/2006 11:54:00 PM |
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