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POLÍTICOS ACROBATAS
ASSUNTO REGIONAL – MATO GROSSO
Por Fausto Faria é médico gastroenterologista e ex-prefeito de Rondonópolis/MT

As acrobacias que muitos políticos encenam, quando falam ou quando se movem no cenário político em momentos decisivos (pra eles), servem para que possamos traçar o perfil desses malabaristas. Os exemplos são inúmeros e cada um mais sinuoso do que o outro.
Depois de terminado o cozido, preparado especialmente para tentar a reeleição do governador Blairo, alguns atores da cena política encenaram o festival de trejeitos, caras e bocas, tentando justificar o aspecto bisonho e o sabor horrível resultantes.
Figuras importantes (ou nem tanto) que, até onde se sabe, ajudaram a preparar o prato indigesto, rapidamente passaram a renegar o fruto de suas “engenhosidades”, e, ato contínuo, tentam distanciar suas campanhas do guisado mal-cheiroso. O contorcionismo verbal que eles usam retrata a habilidade para mal-utilizar as palavras em nome de seus interesses pessoais. Este fato, há muitos outros, ilustra bem o pouco apego à retidão desses malabaristas da política.
No entanto, essa prática abjeta não se restringe aos oportunistas contumazes. Figuras que teriam a obrigação de servir de modelo para os seus seguidores não primam pela clareza nas suas atitudes.
O governador Blairo, que tenta a sua reeleição, tem usado e abusado desse contorcionismo. Inicialmente teceu loas ao presidenciável Geraldo Alckmin. Pregou em todos os cantos, para quem quisesse ouvir, que o candidato do PSDB significava dias melhores para todos o brasileiros. Como as pesquisas de intenção de voto mostraram uma possível vitória de Lula, o governador, sem qualquer pejo, mudou de lado e saiu em defesa das “qualidades” do presidente.
Mas, como se sabe, a política é dinâmica. Bastaram as pesquisas indicar uma mudança no cenário eleitoral, apontando que as chances de Alckmin virar o jogo são reais, para tudo mudar outra vez. Ora, percebendo a indefinição na eleição presidencial, a biruta de Blairo Maggi voltar a mudar de direção. Sem pestanejar, lá foi o governador restabelecer as pontes com o candidato da “preferência” inicial. Esses fatos deixam claro que suas posições não se baseiam em projetos que possam ser importantes para a população. Pelo contrário, fica evidente o desapego à coerência política e o desrespeito ao discernimento do eleitor.
Quando um “líder” não demonstra firmeza, o que se pode esperar dos liderados? Exatamente o que estamos assistindo, cada um tentando salvar a sua própria pele. Pretensos comandantes negam à noite o que afirmaram de manhã. O resultado aí está. É uma confusão sem limites na qual o “salve-se quem puder” é a única regra válida.
Por essas e mais outras é que o eleitor precisa ficar de orelha em pé. Se prestar atenção aos conchavos de última hora, aos apoios suspeitos, vai perceber que são sempre os mesmos os que estão tentando levar vantagem, tirar um proveitozinho aqui, outro acolá.


Editado por Adriana   às   7/31/2006 11:50:00 PM      |